terça-feira, 16 de agosto de 2011

Professores da UFPR em greve, e daí?


Acabo de ouvir nos corredores da UFPR que os professores decidiram, em assembleia realizada hoje, entrar em greve. 
Mas eu, como aluno de pós-graduação me pergunto, e daí? Quem é que percebe uma greve de professores? Ou como diria o Chaves, "Quem se importa?"  (Não, pelo menos dessa vez não coma a torta!).
Inicialmente quem perceberá essa greve será apenas os alunos. Mas e o contribuinte? Será que aquele cara que não possui vínculo algum com a UFPR, mas paga os impostos que mantém a univerdade, vai perceber a existência dessa greve? Eu duvido, ou melhor, eu tenho certeza de que não irá perceber, pior, não vai nem se importar. No máximo irá fazer uma piada com algum estudante dizendo: "se ferrou, vai passar o mês de janeiro na sala de aula".

Então, de que adianta essa greve? Qual o motivo de cruzar os braços?
Entre as respostas virá a mais óbvia: Salário! Professores e servidores técnicos estão sem reajuste há 2 anos (se eu não estiver enganado, caso sim a correção é bem vinda). Além dos salários os professores e servidores apresentam uma lista bastante grande de reivindicações que podem ser lidas no link http://greveufpr.org/ .Ainda sobre os salários, tenho visto muita gente comentando que professor de UF ganha uma fortuna "só para dar aula". Só para dar aula?

Cheguei onde eu queria, ao meu ver o motivo principal dessa greve não é apenas salário, mas sim o reconhecimento e a valorização da educação, consequentemente do professor. 

Por que valorizar o professor?
Fico imensamente triste em ter que responder essa pergunta. Infelizmente vivemos a geração do individualismo e do imediatismo, a geração em que o termo consumidor suplantou o termo cidadão. E essa geração aprendeu que profissional valorizado é o profissional que ganha bem, que fica rico, o restante não merece respeito ou valorização. Essa geração também cresceu vendo os professores reclamando dos seus salários e exibindo contra-cheques vergonhosos, desse modo, essa geração aprendeu que professor não é profissão de sucesso, não merece respeito.

Feita a introdução, apresento os motivos que me fazem gritar pela valorização do professor. O professor é o principal responsável pela formação do cidadão. É o ator principal na arte de educar, e é responsável por permitir ao cidadão o acesso ao conhecimento. 
E mesmo para essa geração que valoriza o profissional bem pago o professor é importante. É graças ao professor que o médico aprendeu a medicina, o engenheiro, o advogado, o JOGADOR DE FUTEBOL, todos os profissionais precisam de um professor. Pensando dessa maneira, nada mais justo que valorizar o professor.

Faço também um adendo ao professor das universidades públicas, este possui outras atividades além de apenas "dar aula". A grande maioria deles assume função de pesquisador/cientista e outros tantos também atuam no que chamam de extensão. Como pesquisadores/cientistas os professores são responsáveis pelo avanço científico do nosso país. São eles que lutam diariamente para responder todas as perguntas possíveis, são eles que batalham pelo desenvolvimento tecnológico do país. A atuação na extensão envolve desde a participação nas clínicas-escola até o desenvolvimento de projetos que leva a universidade e o conhecimento a todos, programas de uso responsável de medicamentos, programas de apoio ao agricultor e outras centenas ou quiçá milhares.
Selecionei apenas uma porção de argumentos, poderia passar horas escrevendo outros... 

E assim é chegada a hora de lutar pela valorização da educação. Mas que não seja uma greve de pijamas, que seja uma luta com participação de todos os envolvidos, professores, servidores técnicos e estudantes. É hora de ir para as ruas e gritar pela educação do nosso país, pintar a cara e bater o pé até que o contribuinte perceba a movimentação, e ... quem sabe... se gritar realmente alto ser ouvido.

Com aquela frase velha e bastante conhecida encerro meu desabafo: "Por uma educação pública, gratuita e de qualidade"

Nenhum comentário:

Postar um comentário