tag:blogger.com,1999:blog-30942988052304519582024-03-18T00:02:45.976-03:00Sonhos do NeuroDivulgando neurociências.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-85898193930074099032015-10-20T16:29:00.001-02:002015-10-20T18:48:39.080-02:00Luz dentro de casa e o sono que atrasa - #SNCT2015<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><i><a href="http://genereporter.blogspot.com.br/2015/10/blogagem-coletiva-sntc.html" target="_blank">Esse texto faz parte de uma blogagem coletiva em colaboração com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia - MCTI.</a></i></span><br />
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Na minha adolescência eu adorava as noites de sexta e sábado. Mesmo quando bastante jovem e impedido de desfrutar os "embalos de sábado a noite", eram nesses dias eu que podia ficar acordado até tarde assistindo televisão, ou jogando no computador. As noites de sábado eram ainda mais empolgantes, era quando eu baixava o volume da televisão ao mínimo e ficava assistindo a musa de todo adolescente da minha geração, Ah <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuelle" target="_blank">Emanuelle</a>! Era também nessa época que minha mãe, incomodada com o horário que eu ia dormir exclamava: "Filho, a noite é feita para dormir!"<br />
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Depois de muitos anos me tornei neurocientista e minha especialidade é sono. Hoje dou razão para minha mãe (mais uma vez), mas mudo um pouquinho sua frase, não é a noite que é feita para dormir, mãe, nós é que somos animais que dormem a noite.<br />
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E o que isso tudo tem a ver com o tema da S<a href="http://semanact.mcti.gov.br/a-semana" target="_blank">emana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2015</a>? O A tema esse ano é Luz, Ciência e Vida! <br />
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A luz é o principal sincronizador do sistema circadiano. Esse sistema com nome bonito (<strike>propus a minha noiva chamarmos nosso filho de circadiano, ela detestou</strike>) tem como função organizar os ritmos do nosso corpo. Ou seja, ele ajusta o horário do nosso corpo. Por exemplo, o horário de dormir e acordar, o horário da secreção de hormônios (melatonina, cortisol, entre outros). Esse sistema é composto por múltiplos osciladores (t<strike>em gente que chama de relógio</strike>) e eles são sincronizados (ou seja, ajustados) por um oscilador que fica no cérebro. Esse oscilador principal é capaz de gerar um ritmo de aproximadamente 24h, mas ele não se trata de um "relógio suíço" absolutamente preciso, ele apresenta um ritmo endógeno que pode ser maior ou menor que 24 horas. Dessa forma, se esse relógio não recebe nenhum ajuste do ambiente pode acontecer um descompasso entre o ritmo claro/escuro e os ritmos do corpo. Algo como dormir durante o dia e ficar acordado a noite. Assim, esse oscilador principal usa a luz como principal sincronizador. Quando recebe informação luminosa o oscilador principal consegue se ajustar ao ciclo claro/escuro. Ajustado ao ciclo claro/escuro os ritmos como sono/vigília também são expressos de acordo com esse ciclo, ou seja, o sono durante o escuro e a vigília durante o claro.<br />
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Esse foi um apenas um resumo de como o sistema funciona, se você quiser saber mais eu já escrevi sobre isso em outros textos (<a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2010/07/como-desenvolver-habitos-saudaveis-de.html" target="_blank">aqui</a>, <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2011/10/os-processos-c-e-s-de-regulacao-do-sono.html" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2010/12/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-01-sono.html" target="_blank">aqui</a>)<br />
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O surgimento da luz artificial e principalmente da luz elétrica que permitiu iluminarmos cidades inteiras também teve seus efeitos na saúde, e principalmente nos padrões de sincronização do oscilador e, por sua vez, nos padrões de sono.<br />
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Vivemos em uma sociedade onde a luz artificial é quase indispensável. Seja a lâmpada incandescente e sua luz amarela, seja pela exposição aos eletrônicos. A consequência disso é que em ambientes com luz acesso a luz elétrica as pessoas tendem a dormir mais tarde, por menos horas e ficar menos expostas a luz solar. O sono está diretamente associado com diversas funções biológicas, e diversos estudos demonstram uma relação entre dormir pouco e maior chance de desenvolver distúrbios, como os cardiovasculares e metabólicos* , por exemplo.<br />
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No Brasil, um estudo que comparou adolescentes que vivem em casas sem luz elétrica com outros que possuem eletricidade em casa demonstrou que os primeiros vão dormir mais cedo e por mais horas**. Outro estudo brasileiro comparou os padrões de sono de seringueiros da Amazônia em condições com e sem luz elétrica. Mais uma vez, aqueles com luz elétrica em casa dormem mais tarde e por menos horas , veja a figura a seguir ***.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.nature.com/article-assets/npg/srep/2015/150911/srep14074/images_hires/w926/srep14074-f1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.nature.com/article-assets/npg/srep/2015/150911/srep14074/images_hires/w926/srep14074-f1.jpg" height="209" width="320" /></a></div>
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As implicações para a saúde humana ainda são bastante debatidas. Não é uma simples questão de dizer que o advento da luz elétrica foi prejudicial à saúde. No entanto, estamos começando a entender como é que a luz artificial influencia o padrão de sono, e consequentemente os ritmos biológicos. Já sabemos que padrões de sono irregulares, e baixa assim como excessiva duração de sono podem desencadear sérios problemas.<br />
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O que podemos fazer? De maneira alguma advogo pelo retorno ao mundo pré-eletricidade, longe disso. A minha dica é simples, prestar a atenção nos seus padrões de sono. Tentar ao máximo manter uma rotina de horários de dormir e acordar, descobrir qual o número ideal de horas que você precisa dormir. Além disso, evitar a exposição à luz quando estiver chegando o horário de dormir, ou seja, nada de levar os eletrônicos para dormir contigo.<br />
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*<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Sleep+Medicine&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2Fj.sleep.2015.02.535&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Association+between+sleep+deficiency+and+cardiometabolic+disease%3A+implications+for+health+disparities&rft.issn=13899457&rft.date=2015&rft.volume=&rft.issue=&rft.spage=&rft.epage=&rft.artnum=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS1389945715006486&rft.au=Rangaraj%2C+V.&rft.au=Knutson%2C+K.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Rangaraj, V., & Knutson, K. (2015). Association between sleep deficiency and cardiometabolic disease: implications for health disparities <span style="font-style: italic;">Sleep Medicine</span> DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1016/j.sleep.2015.02.535" rev="review">10.1016/j.sleep.2015.02.535</a></span><br />
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** <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Sleep+and+Biological+Rhythms&rft_id=info%3Adoi%2F10.1111%2Fj.1479-8425.2010.00458.x&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Not+all+adolescents+are+sleep+deprived%3A+A+study+of+rural+populations&rft.issn=14469235&rft.date=2010&rft.volume=8&rft.issue=4&rft.spage=267&rft.epage=273&rft.artnum=http%3A%2F%2Fdoi.wiley.com%2F10.1111%2Fj.1479-8425.2010.00458.x&rft.au=PEREIRA%2C+E.&rft.au=LOUZADA%2C+F.&rft.au=MORENO%2C+C.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">PEREIRA, E., LOUZADA, F., & MORENO, C. (2010). Not all adolescents are sleep deprived: A study of rural populations <span style="font-style: italic;">Sleep and Biological Rhythms, 8</span> (4), 267-273 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1111/j.1479-8425.2010.00458.x" rev="review">10.1111/j.1479-8425.2010.00458.x</a></span><br />
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*** <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Scientific+Reports&rft_id=info%3Adoi%2F10.1038%2Fsrep14074&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Sleep+patterns+in+Amazon+rubber+tappers+with+and+without+electric+light+at+home&rft.issn=2045-2322&rft.date=2015&rft.volume=5&rft.issue=&rft.spage=14074&rft.epage=&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.nature.com%2Fdoifinder%2F10.1038%2Fsrep14074&rft.au=Moreno%2C+C.&rft.au=Vasconcelos%2C+S.&rft.au=Marqueze%2C+E.&rft.au=Lowden%2C+A.&rft.au=Middleton%2C+B.&rft.au=Fischer%2C+F.&rft.au=Louzada%2C+F.&rft.au=Skene%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Moreno, C., Vasconcelos, S., Marqueze, E., Lowden, A., Middleton, B., Fischer, F., Louzada, F., & Skene, D. (2015). Sleep patterns in Amazon rubber tappers with and without electric light at home <span style="font-style: italic;">Scientific Reports, 5</span> DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1038/srep14074" rev="review">10.1038/srep14074</a></span><br />
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<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-7436316317080072372013-11-09T13:08:00.001-02:002013-11-09T13:08:45.821-02:00Reflexão: os direitos dos animais e a lógica ativista.Primeiro pensei em postar a reflexão a seguir no Facebook. Depois decidi que não. Não vejo aquele ambiente como local adequado para a discussão, quem estiver interessado em conversar sobre o assunto virá até aqui. Assim, espero livrar a discussão de simples oportunistas.<br />
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A reflexão que faço é muito mais um questionamento. Observei toda a discussão sobre experimentação animal, o extremo alcançado pelos ativistas ao invadirem o Instituto Royal, li um bocado sobre o seus argumentos e durante essas leituras mantive-me inquieto com as perguntas que apresento a seguir:<br />
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<i>De acordo com a lógica ativista animal qualquer tipo de exploração animal é cruel. Seja a exploração para alimento, ou a exploração para experimentação. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Mas como fica a exploração de um animal de estimação?</i><br />
<i><br /></i>
<i>Possuir um animal não seria uma forma de explorar o mesmo? </i><br />
<i><br /></i>
<i>Confinar esse organismo em um ambiente predeterminado, restringir sua dieta alimentar, negociar carinho e atenção, determinar o ambiente onde unira ou defeca, privá-lo de reprodução, por exemplo, não configuram exploração animal?</i><br />
<i><br /></i>
Não espero respostas do tipo comparativas. É claro que as pessoas que têm um animal de estimação o tratam com carinho, se não, o termo não seria "estimação", seria outro qualquer. É claro que a experimentação animal, o uso de animais para alimentação são completamente diferentes do relacionamento criado pela cria de um animal de estimação.<br />
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Mas... até que ponto possuir um animal não configura uma exploração?<br />
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Não sei se me fiz entender... enfim, pensemos no assunto.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-31991815306478493652013-09-17T10:32:00.001-03:002013-09-17T10:32:52.970-03:00Reunião anual da SBNeC 2013 - Curso Sono e Processos CognitivosSemana passada ocorreu em Belo Horizonte mais uma reunião da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento - SBNeC. Nosso grupo teve a oportunidade de participar do evento apresentando o curso: Sono e Processos Cognitivos.<br />
Apresento a aula de minha responsabilidade: Sonhos e Processos Cognitivos com a qual fechamos o curso.<br />
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<iframe frameborder="0" height="400" src="http://prezi.com/embed/8a4vjpvilzho/?bgcolor=ffffff&lock_to_path=0&autoplay=0&autohide_ctrls=0&features=undefined&disabled_features=undefined" width="550"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-43185954046838236342013-07-26T13:50:00.003-03:002013-07-26T18:13:23.340-03:00A lua cheia de tirar o sono.<span style="float: left; padding: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span> Minha mãe sempre dizia que o ciclo lunar era capaz de influenciar muitas coisas das nossas vidas, <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20658086" target="_blank">desde a gestação ou o parto</a>, até o crescimento do cabelo, de modo a orientar minhas irmãs a apenas cortar o cabelo em lua cheia, ou ainda o humor do meu pai. Mas o que ela nunca disse, e eu não esperava ver nenhum tipo de comprovação científica é que o ciclo lunar é capaz de alterar o sono!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Phases_of_the_Moon.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="96" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Phases_of_the_Moon.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ciclo Lunar. Fonte: Wikimedia</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span style="font-family: inherit;">É isso mesmo! O que o trabalho publicado pelo grupo de cientistas suíços, que é liderado pelo Dr. C<a href="http://www.chronobiology.ch/team/christian-cajochen/" target="_blank">hristian Cajochen</a>, diz é que algumas características fisiológicas do sono, e características subjetivas (quanto sono você sente? Quão bem você acha que dormiu?) variam de acordo com a fase da lua!</span><br />
<span style="font-family: inherit;">O estudo, muito cuidadoso, avaliou <b>retrospectivamente</b> o sono de 33 voluntários, sendo 16 jovens e 17 idosos que participaram de estudos com duração de 3-5 noites no laboratório. Como os sujeitos passavam pelo menos três dias no laboratório, e antes disso, passavam uma semana seguindo uma rígida escala de sono para evitar qualquer tipo de privação de sono. Além disso, avaliar o ciclo lunar nunca fez parte dos objetivos iniciais do estudo. Conforme os pesquisadores relatam nos procedimentos, a ideia surgiu em uma conversa na mesa de um bar em uma noite de lua cheia! Portanto, a análise é "<i>a posteriori</i>".</span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: arial, helvetica, 'Lucida Grande', Tahoma, verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 21.109375px;"><i style="background-color: #f3f3f3;">"Thus, the aim of exploring the influence of different lunar phases on sleep regulation was never a priori hypothesized, nor was it mentioned to the participants, technicians, and other people involved in the study.<b> We just thought of it after a drink in a local bar one evening at full moon, years after the study was completed. </b>Thus, this study reflects a post hoc assessment of the potential influence of lunar phase on sleep in a cross-sectional setting."</i></span></blockquote>
<br />
Enfim, durante a fase de lua cheia há uma diminuição na duração de sono, as pessoas dormiram 20 minutos a menos nessa fase! Além disso, elas demoram cerca de 5 minutos a mais para pegar no sono. Também dormem 30% menos sono profundo!<br />
Confesso que fiquei impressionado com esses resultados. Essa é a primeira evidência de que o ciclo lunar pode alterar o sono, e além disso, pode alterar características eletrofisiológicas do sono! Os sujeitos apresentavam menos atividade delta (ondas lentas do sono!) durante a fase de lua cheia!<br />
Como se explica tal efeito?<br />
Os autores do trabalho acreditam que essas variações não sejam consequências diretas da lua em si, mas remanescentes evolutivos de outros ritmos biológicos. É como se naturalmente houvesse um ritmo lunar endógeno!<br />
Bacana não? Agora vale a pena prestar a atenção no seu sono, será que você tem mais dificuldade em dormir em noites de lua cheia? A próxima já está chegando!<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial, helvetica, Lucida Grande, Tahoma, verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 21.109375px;">Referência:</span></span></div>
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Current+Biology&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2Fj.cub.2013.06.029&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Evidence+that+the+Lunar+Cycle+Influences+Human+Sleep&rft.issn=&rft.date=2013&rft.volume=&rft.issue=&rft.spage=&rft.epage=&rft.artnum=&rft.au=Christian+Cajochen%2CSongu+Altanay-Ekici%2C&rft.au=Mirjam+Munch%2C+Sylvia+Frey%2C+Vera+Knoblauch%2CAnna+Wirz-Justice1&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Christian Cajochen,Songu Altanay-Ekici,, & Mirjam Munch, Sylvia Frey, Vera Knoblauch,Anna Wirz-Justice1 (2013). Evidence that the Lunar Cycle Influences Human Sleep <span style="font-style: italic;">Current Biology</span> DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2013.06.029" rev="review">10.1016/j.cub.2013.06.029</a></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-14771779568138026772013-04-08T16:28:00.001-03:002013-07-26T18:12:53.777-03:00Grupo de estudos LabCrono UFPR: "Sleep-dependent memory triage: evolving generalization through selective processing"Os integrantes do Laboratório de Cronobiologia Humana - UFPR reúnem-se quinzenalmente para discussão de artigos relevantes da área. No encontro de hoje irei apresentar a revisão: "Sleep-dependent memory triage: evolving generalization through selective processing" escrita pelos cientistas <a href="https://sleep.med.harvard.edu/people/faculty/220/" target="_blank">Robert Stickgold</a> e <a href="http://psychology.berkeley.edu/people/matthew-p-walker" target="_blank">Matthew Walker</a>.<br />
A outra doutoranda envolvida nos projetos sobre Sono e Memória do LabCrono também irá apresentar uma revisão, assim que estiver disponível posto o link do Prezi dela aqui!<br />
Para discutir o assunto preparei o Prezi a seguir:<br />
<iframe frameborder="0" height="400" src="http://prezi.com/embed/umx7aqezlslx/?bgcolor=ffffff&lock_to_path=0&autoplay=0&autohide_ctrls=0&features=undefined&disabled_features=undefined" width="550"></iframe>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-58422670111099205902013-02-19T00:52:00.001-03:002013-02-20T10:23:49.094-03:00Fim do horário de verão e asneira na televisão!Curto e grosso é isso mesmo, hoje foi dia de baboseira na mídia. Foi o primeiro dia útil após o término do horário de verão, temporada 2012/2013, e como acontece todos os anos os telejornais foram entrevistar "especialistas". O mico da vez ficou por conta de um médico do HC da UFPR, e da afiliada da rede <strike>Bobo </strike>Globo no Paraná, a RPC. Se você quiser ouvir as baboseiras ditas pelo médico basta clicar <a href="http://g1.globo.com/videos/parana/bom-dia-pr/t/edicoes/v/especialista-da-dicas-de-como-se-adaptar-ao-horario-de-verao/2412198/" target="_blank">aqui</a>. O médico ignorou completamente tudo o que se sabe em <a href="http://www.crono.icb.usp.br/cronointro.htm" target="_blank">Cronobiologia</a>. Há toda uma linha científica desenvolvida para estudar os ritmos biológicos.<br />
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Vou comentar algumas asneiras ditas ao vivo para todo o estado do Paraná:<br />
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1º - Na primeira frase o médico fala em um (sim, um!) Ciclo/Ritmo Biológico.<br />
R: Correção simples, os organismos (ouso dizer TODOS ELES) possuem ritmos, sim, no plural. O ciclo vigília/sono é um exemplo de ritmo biológico com duração de cerca de 24 horas e portanto chamado circadiano. O ciclo menstrual é outro exemplo de ritmo biológico, mas com duração de cerca de 28 dias, e chamado de infradiano. Alguns hormônios possuem um ritmo de liberação com duração menor que 20 horas, sendo assim chamados de ultradianos. Falamos em Sistema de Temporização para tratar do sistema que orquestra todos esses ritmos biológicos, muitas funções biológicas se relacionam com esse sistema de temporização, de modo que qualquer mudança (seja de apenas uma hora) tem consequências nesse sistema.<br />
<br />
2º - Na sequência o médico fala que o único problema da alteração no horário é "psicológico", ou o que ele chama de ansiedade.<br />
R: Adiantar ou atrasar o horário social (esse do relógio) possui reflexos nos ritmos biológicos. É comum sentir-se irritação e cansaço nos primeiros dias da transição após mudança de horário. A causa é que nosso Sistema de Temporização precisa de um tempo para se ajustar. Nota-se com mais facilidade que alteramos o horário de dormir e acordar, mas também temos que adiantar em uma hora tudo o que fazemos, as refeições, o trabalho ou estudo (tarefas cognitivas), o horário do troninho <strike>(a ida ao banheiro!).</strike> E todas essas mudanças envolvem mudanças em funções biológicas.<br />
<br />
3º - O médico fala que profissionais da aviação, que viajam para diferentes países e consequentemente diferentes fusos horários não sofrem com as mudanças.<br />
R: Tanto trabalhadores expostos a constantes mudanças de fuso horários quanto quem trabalha por escala em turno (e trabalhadores noturnos) sofrem com os constantes desajustes aos horários. Os viajantes que atravessam fusos horários podem sofrer da <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1129759/pdf/westjmed00297-0091a.pdf" target="_blank">síndrome de Jetlag </a>, As consequências são diversas porém, tendem a melhorar com o ajuste do Sistema de Temporização com o novo horário.<br />
<br />
4º, 5º, 6º, 7º e por aí vai... Em resumo decidi montar um esqueminha para representar o que acontece com um dos nossos ritmos biológicos (no caso o ciclo vigília/sono) para demonstrar o que acontece com as mudanças de horários.<br />
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Considere a curva em azul e note o intervalo dela representando o período de sono.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh24GtdIu_Jkzpk1dryaHkb9GlTyb7o5A36zOk9RbALGYvsU4d1L2MQ9Z_YJIInE7JKowOPmGFrAN99qNOs1G_W1EVTgFjFYy9rirX_JPpuwiV7NbG2mLq9PyPBxwNcoew-sXCnK1MCVeU/s1600/Slide1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh24GtdIu_Jkzpk1dryaHkb9GlTyb7o5A36zOk9RbALGYvsU4d1L2MQ9Z_YJIInE7JKowOPmGFrAN99qNOs1G_W1EVTgFjFYy9rirX_JPpuwiV7NbG2mLq9PyPBxwNcoew-sXCnK1MCVeU/s320/Slide1.JPG" width="320" /></a></div>
Agora observe o que acontece quando adicionamos uma hora ao nosso horário habitual. O horário de dormir e acordar deverá ser atrasado.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9ntn1Qt2n6AGZUcEUDOETX6GWZMLVD_pyDab4igr9t-trBjcizMq9OdmWOg-3P3MJx179jGP1MRyVlcHjdknjyEcMEIS6FTN08ZKHrSucoO-Jkh288Rv6y2u7cGErjnAexrQ6yyPk1r0/s1600/Slide2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9ntn1Qt2n6AGZUcEUDOETX6GWZMLVD_pyDab4igr9t-trBjcizMq9OdmWOg-3P3MJx179jGP1MRyVlcHjdknjyEcMEIS6FTN08ZKHrSucoO-Jkh288Rv6y2u7cGErjnAexrQ6yyPk1r0/s320/Slide2.JPG" width="320" /></a></div>
Agora note o que acontece com o horário de dormir e acordar quando voltamos em uma hora nossos relógios. Os ciclo vigília/sono é adiantado.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGblOAPpMsYJAP58FQQ0hGxexlSflzIXUG3ip0f1lXSKBBVtsJtmri9blVdrCXFMCrN3f91Yxf3lNDxJawMK68dWiVbylpNVEfgcmaWTwY96GNYQ5bcO-qkfVGg23Wpgv_ezc7_AVSv7A/s1600/Slide3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGblOAPpMsYJAP58FQQ0hGxexlSflzIXUG3ip0f1lXSKBBVtsJtmri9blVdrCXFMCrN3f91Yxf3lNDxJawMK68dWiVbylpNVEfgcmaWTwY96GNYQ5bcO-qkfVGg23Wpgv_ezc7_AVSv7A/s320/Slide3.JPG" width="320" /></a></div>
Essas transições não tem efeitos graves<span style="color: red;">*</span>a nem duradouros para a saúde humana. No entanto, não é por isso que se deve menosprezar os efeitos pontuais dessas mudanças. Algumas pessoas tem maior dificuldade para se ajustar, outras não. Tudo isso depende do Sistema de Temporização de cada um e consequentemente do cronotipo de cada um.<br />
<br />
No último texto comentei sobre os problemas do Jetlag Social. Estou devendo o texto sobre Jetlag Social e obesidade, mas infelizmente tive que "furar a fila".<br />
A quem interessar, recomendo a leitura dos textos:<br />
1- <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2011/10/so-mais-dez-minutos.html" target="_blank">Só mais dez minutos!</a><br />
2 - <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2011/10/os-processos-c-e-s-de-regulacao-do-sono.html" target="_blank">Os processos C e S de regulação do sono.</a><br />
3 - <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2010/12/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-01-sono.html" target="_blank">Dormir sonhar e lembra - O sono.</a><br />
4 - <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2010/07/como-desenvolver-habitos-saudaveis-de.html" target="_blank">Como desenvolver hábitos saudáveis de sono.</a><br />
<br />
Termino com a sensação de que deveria escrever mais... no entanto meus olhos já estão se fechando.<br />
<br />
<span style="color: red;">* </span>Update 20/02/2013 - O leitor Tiago chamou a atenção para o elevado risco de ataque caríaco (infarte agudo do miocárdio) associado as transições de início e fim do horário de verão. Portanto, as mudanças do horário podem sim ter consequências graves.<br />
<br />
Para saber mais:<br />
1 - <a href="http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0002914912024435#" target="_blank">Incidence of Myocardial Infarction With Shifts to and From Daylight Savings Time</a><br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-25518277519465095572013-02-15T12:56:00.002-02:002013-02-15T12:57:44.518-02:00O conto do fim de semana: O Jetlag social.<i>"Todo fim de semana a história se repete, na sexta-feira ele encontra os amigos em um happy hour, cabeça fria pois o dia seguinte é sábado e no sábado poderá dormir até mais tarde. Na noite de sábado vai pra balada. Ao chegar em casa no fim da madrugada respira fundo e sente-se aliviado, amanhã é domingo e poderá dormir até mais tarde. Chega o fim do domingo e com ele o sentimento é de angústia e ansiedade, "tenho que dormir, tenho que dormir", é só que passa pela sua cabeça. "Tenho que dormir, não posso mais ficar acordado". Afinal o dia seguinte é segunda-feira, e como todos sabem, na segunda não se pode dormir até mais tarde."</i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div style="text-align: right;">
Conto do fim de semana.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conheço bem a história acima, ela representa inúmeros finais de semana de minha vida. A alegria da SEXta-feira, a liberdade do sábado e a angústia do domingo. Todo domingo ao anoitecer a angústia aumenta ao ponto de ficar um bocado deprimido só de pensar que hoje é SEXta-feira e falta pouco para o próximo domingo.<br />
<br />
Tenho certeza que muitas pessoas também se identificam com o conto, mas como é que esse papo todo se relaciona com o título da postagem? O que significa "Jetlag Social"?<br />
<br />
O grupo de pesquisadores liderados pelo alemão <a href="http://www.imp.med.uni-muenchen.de/members/professoren/roenneberg/index.html" target="_blank">Till Roenneberg</a> cunhou esse termo em 2006, após analisar as respostas de centenas questionários sobre hábitos de sono, como os horários de dormir e acordar em dias com ou sem compromissos sociais (trabalho ou escola). Com isso os pesquisadores descobriram algo que não é novidade para ninguém: as pessoas mudam seus horários de dormir e acordar nos dias livres. Essa história ja havia sido registrada por um grupo de pesquisadores mexicanos liderados pelo cronobiólogo <a href="http://cronobiologia-monterrey.blogspot.com.br/" target="_blank">Pablo Valdez </a>em 1996.<br />
<br />
Então, qual a novidade do trabalho Alemão justifica a criação do termo Social Jetlag? Bem, esse grupo demonstrou que além das mudanças nos horários, sujeitos de cronotipos vespertinos apresentam as maiores variações nos horários, semelhante ao jetlag observado em viagens transmeridianas. Além disso, esses sujeitos apresentam maior consumo de estimulantes, nicotina, álcool e também apresentam mais comportamentos depressivos ao final do dia. A figura abaixo representa o achado. As barras representam a meia fase de sono ajustada (MSFsc), quanto maior o MSFsc, mais vespertino o cronotipo, maior o desajuste dos horários.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG0vTEe32VLb_KVBDkBeFTbm0PX-xwRST6c1FBd5fNjfcOG-xXO7_S3rawiN1a4t7M5nt1W9tm89vCoWYOAKtPYKwq8-bXUfGLl_rTu1eeKJW87ZT2OwXnnA-T8ipDMBwmxZUUZFYTLU8/s1600/Roenneberg+2006.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG0vTEe32VLb_KVBDkBeFTbm0PX-xwRST6c1FBd5fNjfcOG-xXO7_S3rawiN1a4t7M5nt1W9tm89vCoWYOAKtPYKwq8-bXUfGLl_rTu1eeKJW87ZT2OwXnnA-T8ipDMBwmxZUUZFYTLU8/s1600/Roenneberg+2006.png" height="304" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cronotipo (MSFsc, horário local)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Os pesquisadores propuseram que o Jetlag Social representa o desajuste entre os ritmos individuais com os horários sociais, quanto maior esse desajuste, maior o Jetlag Social e aparentemente maior a chance de ser consumidor de álcool, nicotina e cafeína. Há ainda um trabalho mostrando que o Jetlag Social também está associado com a obesidade, mas isso é história para outro surto criativo do blogueiro que vos escreve.<br />
<br />
<span style="float: left; padding: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span><br />
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Chronobiology+international&rft_id=info%3Apmid%2F8874982&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Delaying+and+extending+sleep+during+weekends%3A+sleep+recovery+or+circadian+effect%3F&rft.issn=0742-0528&rft.date=1996&rft.volume=13&rft.issue=3&rft.spage=191&rft.epage=8&rft.artnum=&rft.au=Valdez+P&rft.au=Ram%C3%ADrez+C&rft.au=Garc%C3%ADa+A&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience"> Valdez P, Ramírez C, & García A (1996). Delaying and extending sleep during weekends: sleep recovery or circadian effect? <span style="font-style: italic;">Chronobiology international, 13</span> (3), 191-8 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8874982" rev="review">8874982</a></span>
<br />
Wittmann M, Dinich J, Merrow M, & Roenneberg T (2006). Social jetlag: misalignment of biological and social time. <span style="font-style: italic;">Chronobiology international, 23</span> (1-2), 497-509 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16687322" rev="review">16687322</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-33861567687827813712012-11-26T17:44:00.003-02:002012-11-26T22:22:03.969-02:00Humanos podem aprender dormindo!<span style="float: left; padding: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span> Pelo menos essa é a principal informação do artigo publicado recentemente na revista <a href="http://www.nature.com/" target="_blank">Nature</a>. O título vai direto ao ponto "<a href="http://www.nature.com/neuro/journal/vaop/ncurrent/full/nn.3193.html" target="_blank">Humans can learn new information during sleep</a>" (Humanos podem aprender informações novas durante o sono). O grupo de pesquisadores israelenses demonstrou que mesmo dormindo humanos podem aprender algo, um simples condicionamento entre um som e um cheiro!<br />
<br />
Mas como assim, um condicionamento durante o sono? E como é que isso foi feito? Como medir a resposta (aprendizado) enquanto uma pessoa dorme?<br />
<br />
Ainda na década de 20 Ivan Pavlov percebeu que cães poderiam condicionar o som de uma campainha com a chegada de comida. Para isso ele apresentava aos cães o som de uma campainha e em seguida alimentava os animais. Pavlov fez isso seguidas vezes até o momento que bastava apenas apresentar o som para que os animais começassem a salivar, antecipando a chegada da comida. Esse tipo de aprendizado foi chamado de reflexo condicionado e deu origem a uma série de estudos que futuramente, graças a influência de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner" target="_blank">Skinner</a>, deu origem à linha <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Behaviorismo" target="_blank">behaviorista</a> da psicologia.<br />
Adicionalmente, o condicionamento pode ser positivo, ou quando o reforço é positivo (som + comida = positivo) pode ser negativo (som + choque = negativo) ou ainda parcialmente positivo (som + cheiro agradável ou desagradável = parcialmente positivo).<br />
<br />
Pois bem, o grupo israelense decidiu avaliar se era possível realizar um condicionamento parcialmente positivo ao som em resposta à dois tipos de cheiro, um prazeroso e outro desagradável em humanos enquanto os sujeitos dormiam!<br />
<br />
Refletindo um pouco, o que acontece quando se é exposto à um cheiro prazeroso? Normalmente realiza-se uma inspiração profunda, o oposto ocorre quando o odor é desagradável. E quando se está dormindo? Bom a Figura 1 responde bem o questionamento! A relação entre tipo de cheiro e inspiração permanece a mesma de quando se está acordado.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikjWy49Bm1h56euUvXCUUl-oSaYCp1hU5wmUmpqla0HKCYBp43X_eBDotX5VOUrrVfI2VqvlENfl7l8kP34hnCl25EH2GqKamoxjtXjDGEhoOYD-z1XjUejumcSMZCskNXFMKCwpl31ow/s1600/Humans+can+learn1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikjWy49Bm1h56euUvXCUUl-oSaYCp1hU5wmUmpqla0HKCYBp43X_eBDotX5VOUrrVfI2VqvlENfl7l8kP34hnCl25EH2GqKamoxjtXjDGEhoOYD-z1XjUejumcSMZCskNXFMKCwpl31ow/s320/Humans+can+learn1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 1. Pressão no nariz normalizada para dois tipos de odores, um desagradável e outro prazeroso. Note que a pressão no nariz era maior para cheiros prazerosos.</td></tr>
</tbody></table>
E será que além de responderem diferente aos diferentes cheiros os sujeitos seriam capazes de fazer a associação som-cheiro? Sim! É possível! E na figura 2 estão representadas as respostas aos sons previamente associados aos odores! Incrível não?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9DU-bmLx3xKj0-yd27n0Q45dMQuv3qSLjVF0aI_M8aawwoC-o1XbTxFACvd1yP-lBBFx_cwQJNxlGnU_l1yVxi98W-25BQ6A2w_Y-NkFdkT43Ts1-Qbmz1nPdKPU-E2ObYpHCVQs8zeo/s1600/Azri+et+al+fig.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9DU-bmLx3xKj0-yd27n0Q45dMQuv3qSLjVF0aI_M8aawwoC-o1XbTxFACvd1yP-lBBFx_cwQJNxlGnU_l1yVxi98W-25BQ6A2w_Y-NkFdkT43Ts1-Qbmz1nPdKPU-E2ObYpHCVQs8zeo/s320/Azri+et+al+fig.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 2. Curva de aprendizado para 5 respostas à sons previamente pareados à odor prazeroso (azul) e desagradável (marrom).</td></tr>
</tbody></table>
Além de demonstrar que é possível realizar condicionamento parcialmente positivo ao som durante o sono o estudo demonstra que esse aprendizado persiste ao longo da noite e também no dia seguinte. É a primeira evidência de aprendizado durante o sono e a permanência dessa informação durante a vigília.<br />
As implicações desse trabalho são diversas, no que cabe a este blog o mais interessante é que além de demonstrar o aprendizado o trabalho reforça os resultados apresentados em estudos que tentam manipular a consolidação sono-dependente de memórias por meio de estímulos externos (som ou cheiro) durante o sono.<br />
<br />
Para quem ainda pensa que o cérebro "desliga" enquanto dorme está na hora de repensar seus conceitos e atualizar suas informações.
<br />
<br />
Leitura adicional:<br />
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Nature+neuroscience&rft_id=info%3Apmid%2F22922782&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Humans+can+learn+new+information+during+sleep.&rft.issn=1097-6256&rft.date=2012&rft.volume=15&rft.issue=10&rft.spage=1460&rft.epage=5&rft.artnum=&rft.au=Arzi+A&rft.au=Shedlesky+L&rft.au=Ben-Shaul+M&rft.au=Nasser+K&rft.au=Oksenberg+A&rft.au=Hairston+IS&rft.au=Sobel+N&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Biology%2CMedicine%2CNeuroscience">Arzi A, Shedlesky L, Ben-Shaul M, Nasser K, Oksenberg A, Hairston IS, & Sobel N (2012). Humans can learn new information during sleep. <span style="font-style: italic;">Nature neuroscience, 15</span> (10), 1460-5 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22922782" rev="review">22922782</a></span>
<br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-16904782842863804872012-07-06T13:46:00.000-03:002012-08-17T15:38:05.871-03:00Música durante o sono mexendo com o aprendizado<a href="http://www.researchblogging.org/" style="float: left; padding: 5px;"><span style="background-color: #eeeeee;"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></span></a><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /><br />Tem novidade no mundo dos neurocientistas do sono e memória! Mais um trabalho indica que pode ser possível mexer com a consolidação da memória durante o sono!<br /><br />Eu já escrevi sobre isso <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com.br/2011/05/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-3-o-sono.html">aqui</a> quando contei a história do trabalho de um grupo de alemães que conseguiu reforçar a consolidação de uma memória usando estímulos olfativos durante o treino e durante o sono dos participantes.<br /><br />Agora a novidade vem de um grupo independente de pesquisadores dos Estados Unidos. A hipótese testada foi: "a habilidade de produzir uma melodia (treinada previamente) pode ser influenciada por pistas auditivas apresentadas durante o sono".<br /><br />É quase como dizer para um pianista treinar uma peça acordado e dormir ouvindo tal peça irá melhorar seu desempenho no dia seguinte!<br /><br />Para fazer isso músicos treinaram duas melodias em uma espécie de "Guitar Hero" adaptado, e após o treino dormiram uma soneca de 90min. Quando os indivíduos atingiram sono de ondas lentas os pesquisadores colocaram para tocar o som de uma das melodias treinadas. Depois de acordados os sujeitos foram testadas para as duas melodias. E aí? Sacou o experimento? Adivinhe só qual melodia os sujeitos executaram com maior precisão depois do sono?<br /><br />Acertou quem disse que foi àquela repetida enquanto os caras dormiam! Esse resultado é fantástico, pode parecer apenas mais uma peça de um quebra-cabeças gigantesco, mas é mais uma evidência para o papel do sono na consolidação do aprendizado!<br /><br /><br /><br /><br />As implicações são diversas, quem sabe se num futuro próximo será possível usar isso para melhorar o desempenho de músicos profissionais? Ou até extrapolar para outras habilidades?<br /><br />Update 17/08: O leitor Cleanto Fernandes deixou nos comentários um link para acesso de um vídeo do estudo, publicado na página pessoal do professor Paller.<a href="http://faculty.wcas.northwestern.edu/~paller/Paller_SupplMovie.mov" target="_blank"> Clique para assistir o vídeo.</a><br /><br /><br />Antony JW, Gobel EW, O'Hare JK, Reber PJ, & Paller KA (2012). Cued memory reactivation during sleep influences skill learning. Nature neuroscience PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22751035">22751035</a></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-76674303787372651522012-05-29T11:24:00.002-03:002012-05-29T11:24:33.370-03:00The World Science FestivalThe mind after midnight: Where you go when you fall sleep?<br />
<br />
<iframe class="wsftv-player" frameborder="0" height="329" src="http://worldsciencefestival.com/videos/embedded/1436" type="text/html" width="528"></iframe><br />
<br />
Amanhã começa mais um "World Science Festival" promovido pela ONG Science Festival Foundation que trabalha em prol da divulgação da ciência ao público comum. Não acompanhei o evento no ano passado, mas é possível navegar pelo <a href="http://worldsciencefestival.com/" target="_blank">site</a> e encontrar (para o delírio nerd) muitos vídeos com as discussões e entrevistas realizadas nos festivais anteriores.<br />
<br />
Acima está o vídeo de um bate-papo entre o entrevistador Carl Zimmer (escritor de ciência) e três cientistas, <a href="http://worldsciencefestival.com/participants/matthew_wilson" target="_blank">Matthew Wilson</a>, <a href="http://worldsciencefestival.com/participants/niels_rattenborg" target="_blank">Niels Rattenborg</a>, <a href="http://worldsciencefestival.com/participants/carlos_schenck" target="_blank">Carlos Schenk</a> que ganham a vida estudando o sono. <br />
<br />
Enjoy.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-85318798780539630232012-05-04T19:09:00.000-03:002012-05-04T19:28:32.294-03:00Todos os animais dormem?<span style="font-family: inherit;"><br /></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">*<b>Versão para crianças:</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Outro dia meu
sobrinho de 7 anos perguntou, “<i>tio, os animais dormem?</i>”. Prontamente
respondi: “<i>De certa maneira, quase todos os animais dormem sim, até as
moscas!</i>”. Como toda criança desta idade, meu sobrinho não se contentou com
a resposta (incompleta) e a parte incômoda foi eu começar a responder com “<i>de
certa maneira</i>” e logo em seguida soltar um “<i>quase todos</i>”. Assim ele
emendou logo na sequência, “<i>Como assim tio, de certa maneira e quase todos?
Dormir não é igual para todos os animais? Eu já vi o cachorro da minha amiga
dormindo e ele também fica de olhos fechados, às vezes até treme um pouco as
patas quando está sonhando</i>. E existem animais que nunca dormem?" A
réplica dele pedia uma resposta mais elaborada. Tentei convencê-lo dessa forma:
“<i>até onde se sabe, existem animais que dormem, e animais que não dormem
também. O problema é que </i>n<i>em todos dormem da mesma maneira, aí fica um
pouco mais difícil dizer quem dorme e quem não dorme. Veja, os cachorros,
gatos, coelhos, e até cavalos dormem de um jeito bastante parecido com a
maneira que nós dormimos. Quer dizer, eles fecham os olhos, ficam parados em
algum lugar, e em algum momento do sono precisam ficar deitados, ou agachados,
não respondem tão facilmente a estímulos (som, cheiro, tato) e se ficarem sem
dormir por uma noite, tendem a precisar de mais sono no dia seguinte. Já outros
animais, como os golfinhos tem um sono bastante diferente, eles conseguem dormir
enquanto nadam! E o mais incrível é que apenas metade do cérebro dos golfinhos
dorme a cada momento de sono, assim eles não precisam ficar parados! Além dos
golfinhos, outros animais tem um tipo diferente de sono. Alguns insetos como a
mosca da fruta (aquela pequena que quase sempre aparece na fruteira) também
dormem, mas nelas, assim como baratas e alguns tipos de abelhas o sono é um pouco diferente, o que se sabe é que esses animais ficam parados e precisam desse momento de repouso todos os dias, e se ficarem sem isso por um dia irão aumentar a duração no dia seguinte. Já os peixes
existem alguns que dormem como o zebra-fish e a tilápia. Sobre os anfíbios não
se sabe muito, apenas algumas espécies foram estudadas e não há uma decisão
final se eles dormem ou não. Já os répteis como as tartarugas parecem dormir
sim. Os pássaros também dormem, mas alguns pássaros migratórios conseguem ficar
bastante tempo sem dormir durante o período de migração." </i>Até hoje não tenho certeza se minha resposta foi satisfatória ou não, mas tentei passar alguns conceitos que, dado ao momento específico, eram adequados à resposta.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: inherit;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Todos os animais dormem? A minha resposta curta seria: "provavelmente sim, mas não diria que absolutamente todos os animais dormem, e nem que o sono é igual para todos". </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-44217724727558346442012-04-22T19:26:00.003-03:002012-04-22T19:27:59.199-03:00O que um Biólogo deve saber sobre o sono?<div class="prezi-player">
Pessoal,<br />
<br />
Abaixo o Prezi que preparei para uma aula com o pessoal da biologia.<br />
Críticas e comentários sempre são bem vindos.<br />
<br />
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</style><object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="400" id="prezi_pv6mh1cvg5pt" name="prezi_pv6mh1cvg5pt" width="550"><param name="movie" value="http://prezi.com/bin/preziloader.swf"/>
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<div class="prezi-player-links">
<a href="http://prezi.com/pv6mh1cvg5pt/o-que-um-biologo-deve-saber-sobre-o-sono/" title="O que um Biólogo deve saber sobre o sono?">O que um Biólogo deve saber sobre o sono?</a> on <a href="http://prezi.com/">Prezi</a></div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-2128055800155357212012-03-10T17:14:00.000-03:002012-03-12T18:28:33.849-03:00Emoção e Memória: Monstros ajudando a consolidar o aprendizado.<div>
<i>"11 de setembro de 2001, por volta das 12h30min eu caminhava pela rua 13 de Maio, no centro de Curitiba, quando vi em uma televisão de um bar a imagem de uma explosão seguido pelo desabamento de uma torre. Assustado parei para assistir e tentar entender o que acontecia</i>. <i>Aquela era a reprise de um ataque que havia acontecido há poucos minutos no centro de Manhattam, milhares de quilômetros de onde eu morava".</i></div>
<div>
<i><br /></i></div>
<div>
Agora pergunto:</div>
<i>Você lembra onde você estava, ou o que estava fazendo quando aconteceu o ataque às Torres Gêmeas? Ou quando o Brasil venceu a Copa do Mundo de futebol 2002? Ou ainda quando o Internacional foi Campeão Mundial de Clubes?</i><br />
<div>
<i>Agora você lembra onde estava, ou o que estava fazendo no dia 1º de fevereiro de 2011? Ou no dia 11 de novembro de 2011 (11/11/11)? Ou mesmo no dia que César Ciello conquistou a medala de ouro para 50m e 100m nado livre no mundial de natação de 2009?</i></div>
<div>
<br /></div>
<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span>
<br />
<div>
Acredito que muitas pessoas irão lembrar de onde estavam ou do que faziam em pelo menos uma das três perguntas do primeiro parágrafo. Agora a chance das pessoas lembrarem do que faziam ou de onde estavam para qualquer uma das três perguntas do segundo parágrafo é menor. Mas... Qual a diferença entre as perguntas? Por que recordamos melhor de algumas datas e de outras não? </div>
<div>
<br /></div>
<div>
A resposta se resume em uma palavra: <b>emoção. </b>Já há algum tempo que neurocientistas e psicólogos sabem que eventos carregados emocionalmente são lembrados com mais facilidade. É como se a emoção criasse uma marca em nossas memórias fazendo com que perdurem mais. Isso pode ser tanto para memórias agradáveis (emocionalmente positivas) quanto para memórias desagradáveis (emocionalmente negativas). Serve também para o contexto, eventos com contexto emocional carregados positiva ou negativamente serão recordados com mais facilidade, isso justifica o fato de recordamos do que fazíamos e onde estávamos, por exemplo, no 11 de setembro. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mas qual a novidade disso? Por que essa "lenga-lenga" toda? Isso tudo é para explicar um trabalho publicado em 2010, mas que li apenas ontem. O artigo intitulado: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21120459" target="_blank"><b>Offline consolidation of procedural skill learning is enhanced by negative emotional content</b>.</a> de autoria de um grupo de pesquisadores britânicos, mostra que o conteúdo emocional, especialmente o negativo, pode influenciar a consolidação de <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com/2011/05/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-2-lembrar.html" target="_blank">memórias procedurais</a> também. </div>
<div>
Também porque como vimos acima, já se sabia que o contexto emocional influencia a consolidação de memórias declarativas. O que não se sabia é que memórias não-declarativas (entre elas as procedurais) também podem ser influenciadas pelo contexto emocional.</div>
<div>
Para concluir isso os pesquisadores realizaram uma modificação bastante inteligente em um teste bastante conhecido. O teste é o "mirror-tracing task" ou em português "tarefa do traçado espelhado" (tradução minha). Resumidamente, a tarefa consiste em desenhar o traçado de uma estrela sendo que para isso, o sujeito irá observar os movimentos de sua mão através de um espelho. Sendo assim, movimentos para a direita representam traçados para a esquerda. A figura 1 apresenta um esquema do teste e também as curvas de aprendizagem para três dias consecutivos (clique <a href="http://e-book.lib.sjtu.edu.cn/iupsys/Proc/Bruss1/bpv1ch01.htm" target="_blank">aqui</a> para descobrir a origem da figura).</div>
<div>
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://e-book.lib.sjtu.edu.cn/iupsys/Proc/Bruss1/images/p20005a71g8001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://e-book.lib.sjtu.edu.cn/iupsys/Proc/Bruss1/images/p20005a71g8001.jpg" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 1. Tarefa do traçado espelhado: Na parte superior o esquema da tarefa na qual o sujeito desenha o traçado de uma estrela acompanhando os movimentos de sua mão apenas pelo espelho. Na parte inferior as curvas de aprendizado demonstram a melhora no desempenho a cada tentativa.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
A modificação realizada pelo grupo de pesquisadores britânicos foi a troca da imagem. Para avaliar o contexto emocional eles substituíram a imagem da estrela por imagens emocionalmente positivas, negativas e neutras (conforme a figura 2) e aí ensinaram e treinaram os sujeitos no desenho dos traçados das figuras. Assim eles tiveram três grupos, um para cada conteúdo emocional. Em seguida, eles dividiram os sujeitos em grupos de acordo com três intervalos diferentes de retenção, um contendo 12h de vigília, outro de 12h contendo pelo menos 6h de sono e outro de 24h também contendo pelo menos 6h de sono</div>
<div>
Com um total de 9 grupos o que eles notaram foi que os sujeitos que treinaram o traçado espelhado das figuras dos monstros tiveram melhor desempenho após qualquer intervalo de retenção, mais interessante ainda, foi notar que aqueles que os sujeitos do grupo com contexto emocional negativo e intervalo seguido por sono tiveram o melhor desempenho geral no teste. Ou seja, o sono, juntamente com o contexto emocional negativo, ajudou os sujeitos a consolidar uma memória não-declarativa.</div>
<div>
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit7Dh_V15Xz6LMTGuAtjFw-hf4S1mBfXaF499hXJQt2bvpk_jfUUJ0k57J1KfR0lsN1c19xYhR3Yo3srIw9cRP1sATi1ufaPonljB8jeZw2B1Oeh38GuXJSKyRSR7ub5lYW9CuE-uUkOg/s1600/fig3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit7Dh_V15Xz6LMTGuAtjFw-hf4S1mBfXaF499hXJQt2bvpk_jfUUJ0k57J1KfR0lsN1c19xYhR3Yo3srIw9cRP1sATi1ufaPonljB8jeZw2B1Oeh38GuXJSKyRSR7ub5lYW9CuE-uUkOg/s320/fig3.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 2. Exemplos dos traçados utilizados para a tarefa do traçado espelhado. Os monstros "venceram".</td></tr>
</tbody></table>
<div>
A conclusão final do trabalho é que o contexto emocional em que determinada habilidade é aprendido pode impactar na consolidação dessa memória. Daí a brincadeira do título!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Apesar do trabalho apresentar resultados e conclusões bastante interessantes cabe aqui uma crítica. Os pesquisadores não utilizaram nenhum tipo de ferramenta para avaliar se os sujeitos realmente dormiram. Sendo assim um viés experimental perigoso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Fica a dica para os próximos estudos.<br />
<br /></div>
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Experimental+Brain+Research&rft_id=info%3Adoi%2F10.1007%2Fs00221-010-2497-7&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Offline+consolidation+of+procedural+skill+learning+is+enhanced+by+negative+emotional+content&rft.issn=0014-4819&rft.date=2010&rft.volume=208&rft.issue=4&rft.spage=507&rft.epage=517&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.springerlink.com%2Findex%2F10.1007%2Fs00221-010-2497-7&rft.au=Javadi%2C+A.&rft.au=Walsh%2C+V.&rft.au=Lewis%2C+P.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Javadi, A., Walsh, V., & Lewis, P. (2010). Offline consolidation of procedural skill learning is enhanced by negative emotional content <span style="font-style: italic;">Experimental Brain Research, 208</span> (4), 507-517 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1007/s00221-010-2497-7" rev="review">10.1007/s00221-010-2497-7</a></span><br />
<br />
Update 12/03/2012<br />
Preparei um Prezi para apresentar no grupo de discussão do Laboratório de Cronobiologia Humana - UFPR.<br />
Você pode conferir a apresentação aqui:<br />
<div class="prezi-player">
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<div class="prezi-player-links">
<a href="http://prezi.com/tpmkwjx9eydy/offline-consolidation-of-procedural-skill-learning-is-enhanced-by-negative-emotional-content/" title="Offline consolidation of procedural skill learning is enhanced by negative emotional content.">Offline consolidation of procedural skill learning is enhanced by negative emotional content.</a> on <a href="http://prezi.com/">Prezi</a></div>
</div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-7304251006581594282012-02-25T17:00:00.000-02:002012-02-25T17:16:24.242-02:00Só mais dez minutos!<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Começo de ano letivo é sempre a mesma história, adolescentes sonolentos e pais estressados fazendo de tudo para tirar os filhos da cama. O título deste texto pode ser a frase mais dita pelos adolescentes nas primeiras semanas de aula. Por que? Muito provavelmente por causa do "<i>Atraso de Fase de sono</i> <i>da adolescência"</i>. </div>
<div style="text-align: justify;">
O que é esse<i> atraso de fase de sono</i>? E qual sua relação com a adolescência? </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Primeiro vamos entender o atraso de fase de sono. Esse termo é uma descrição <strike>pomposa</strike> para dizer que há um atraso no ritmo sono/vigília. Ou seja, há um atraso nos horários de início de sono e de despertar. Existe até alguns casos mais extremos no qual pode se classificar como a <a href="http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-37132008000300008&script=sci_arttext">síndrome da fase atrasada de sono</a> mas esse não é o caso dos adolescentes!</div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo, a relação do atraso de fase de sono com adolescência é que justamente durante essa fase da vida as pessoas naturalmente tendem a atrasar seus horários, daí o nome <i>atraso de fase de sono da adolescência</i>. Então que venham as perguntas inevitáveis: Por que durante a adolescência? Por que atrasar e não adiantar? Isso termina com o final da adolescência?</div>
<div style="text-align: justify;">
Os parágrafos a seguir tentarão responder todas essas perguntas, mas antes, recomendo a leitura do texto sobre os processos de regulação do sono, <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com/2011/10/os-processos-c-e-s-de-regulacao-do-sono.html">o processo "C" e o processo "S"</a>.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNhQRYcjh5bsH8l8K9Ngcz8SSPbz6hdHTaM5xIiydo-DICaD_MYTnfEv8R01aE417xXZYRGjQPjHDi_5W2bTYlj91FBKPd4Dtf4C0vffVwXNpbzNBvMdEXrxtHrX1riy5U0jbz2Gy-lY/s1600/calvinnaoconseguedormir.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="101" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNhQRYcjh5bsH8l8K9Ngcz8SSPbz6hdHTaM5xIiydo-DICaD_MYTnfEv8R01aE417xXZYRGjQPjHDi_5W2bTYlj91FBKPd4Dtf4C0vffVwXNpbzNBvMdEXrxtHrX1riy5U0jbz2Gy-lY/s320/calvinnaoconseguedormir.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Porque durante a adolescência? E por que atrasar e não adiantar?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse atraso de fase parece ser relacionado ao desenvolvimento puberal. Quando cientistas compararam o horário de dormir com os estágios de amadurecimento propostos por <a href="http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-S135/port.pdf">Tanner (1962)</a> pesquisadores observaram que juntamente com o aumento do desenvolvimento puberal ocorre um atraso nos horários de dormir e acordar. Mas o que explica essa mudança de comportamento? </div>
<div style="text-align: justify;">
Uma possível explicação é que adolescentes mais maduros seriam menos sensíveis a pressão homeostática do sono (processo "S" de regulação do sono), o que atrasaria o início do sono. Interessante notar que apesar de possuírem uma menor pressão de sono, a dissipação do processo "S" não difere. Trocando em miúdos, os adolescentes demoram mais para iniciarem o sono, mas continuam precisando de 8:30-9:30h de sono para dissipar a pressão homeostática. Essa hipótese é baseada principalmente nos trabalhos da psicóloga <a href="http://research.brown.edu/myresearch/Mary_Carskadon">Mary Carskadon</a> e colaboradores.<br />
Outra possibilidade é que adolescentes tenham o período endógeno circadiano com maior duração, cerca de 24.27h. Isso implica em dizer que para os adolescentes o dia teria um pouco mais que 24h de duração, daí a dificuldade em se ajustar. Essa seria a participação do processo "C" de regulação do sono no atraso de fase de sono da adolescência.<br />
Esses dois são os principais fatores biológicos associados ao atraso e explicam sua associação com a adolescência assim como a razão pela qual os indivíduos atrasam e não adiantam seus horários.<br />
No entanto, é sabido que a adolescência não é apenas uma etapa de mudanças biológicas. Mudanças comportamentais e sociais também fazem parte do desenvolvimento e possuem papel fundamental no atraso de fase de sono da adolescência. Diversos estudos indicam a participação dos fatores sócio-culturais e comportamentais para uma redução de até 120 minutos na duração de sono durante os dias letivos. Pode-se listar aqui hábitos como o uso de eletrônicos (computador, vídeo-game, telefone celular) na cama, também deve-se considerar o horário do início das aulas (7h30min na maioria das cidades brasileiras) e a alta carga de atividades acadêmicas (trabalhos, tarefas de casa e provas).<br />
Em síntese, o atraso de fase de sono da adolescência é consequência de mudanças biológicas relacionadas ao desenvolvimento (aquelas associadas ao processo "S" e ao processo "C" de regulação do sono) e de mudanças comportamentais que são influenciadas por fatores sociais.<br />
<br />
<i>Isso termina com o final da adolescência?</i><br />
Aparentemente sim, é o que indica um estudo liderado pelo pesquisador alemão <a href="http://www.imp.med.uni-muenchen.de/about_us/members/professoren/roenneberg/index.html">Till Roenneberg</a> que sugere o final do atraso de fase de sono como um marcador para o final da adolescência. Segundo o estudo, que usou dados de cerca de 25 mil pessoas, há uma variação ontogenética nos ritmos biológicos, o que quer dizer que não mudamos apenas os horários de dormir e acordar, mas mudamos também outros ritmos ao longo da vida, havendo um atraso acentuado dos ritmos a partir dos 10 anos de idade até os 20 anos, momento em que haveria uma diminuição nesse atraso e consequente adiantamento dos ritmos. Para avaliar isso o estudo usou um questionário de Munich para avaliação do cronotipo. Você pode acessá-lo gratuitamente <a href="https://www.bioinfo.mpg.de/mctq/core_work_life/core/introduction.jsp?language=por_b">aqui</a> e ainda fazer parte dos estudos do grupo do Till (já fiquei íntimo!)<br />
<br />
<i>E quais são as consequências do atraso de fase de sono da adolescência?</i><br />
Evidentemente que a primeira consequência percebida é a diminuição das horas de sono dormidas (débito de sono) e em seguida o aumento da sonolência diurna. Com possíveis reflexos no desempenho escolar, saúde, e acidentes nos adolescentes.<br />
<br />
<i>Há alguma solução para isso?</i><br />
Algumas soluções já estão sendo testadas, entre elas o uso de programas educacionais para ajudar os adolescentes a melhorar os hábitos de sono e consequentemente seus padrões de sono e diminuir a sonolência diurna. Nosso grupo de pesquisa publicou recentemente um trabalho no qual mostra que simples intervenções educacionais (com palestras e atividades interativas, porém de curta duração) não apresentam eficácia na mudança de comportamento. O trabalho pode ser acessado <a href="http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09291016.2011.630183#preview">aqui</a>.<br />
Dentre outras alternativas está a mudança dos horários escolares, na verdade o atraso no horário de início das aulas. Alguns estudos indicam que atrasar o horário de início das aulas pode significar o aumento da duração de sono dos adolescentes, diminuição da sonolência, melhora no humor e até diminuição no número de atraso às aulas.<br />
<br />
Efetivamente, atrasar o início das aulas parece a melhor solução, porém, tal medida não é tão simples de ser tomada visto que há uma série de fatores logísticos a serem avaliados, entre eles o transporte dos alunos até a escola.<br />
<br />
Enquanto as mudanças não ocorrem, seguiremos ouvindo a famosa frase: "Só mais dez minutos!"<br />
<br />
Referências:</div>
1- <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Adolescent+medicine%3A+state+of+the+art+reviews&rft_id=info%3Apmid%2F21302851&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Physiology+of+normal+sleep+in+adolescents.&rft.issn=1934-4287&rft.date=2010&rft.volume=21&rft.issue=3&rft.spage=401&rft.epage=&rft.artnum=&rft.au=Tarokh+L&rft.au=Raffray+T&rft.au=Van+Reen+E&rft.au=Carskadon+MA&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Tarokh L, Raffray T, Van Reen E, & Carskadon MA (2010). Physiology of normal sleep in adolescents. <span style="font-style: italic;">Adolescent medicine: state of the art reviews, 21</span> (3) PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21302851" rev="review">21302851</a></span> <br />
2- <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Developmental+Neuroscience&rft_id=info%3Adoi%2F10.1159%2F000216538&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Adolescent+Changes+in+the+Homeostatic+and+Circadian+Regulation+of+Sleep&rft.issn=1421-9859&rft.date=2009&rft.volume=31&rft.issue=4&rft.spage=276&rft.epage=284&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.karger.com%2Fdoi%2F10.1159%2F000216538&rft.au=Hagenauer%2C+M.&rft.au=Perryman%2C+J.&rft.au=Lee%2C+T.&rft.au=Carskadon%2C+M.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Hagenauer, M., Perryman, J., Lee, T., & Carskadon, M. (2009). Adolescent Changes in the Homeostatic and Circadian Regulation of Sleep <span style="font-style: italic;">Developmental Neuroscience, 31</span> (4), 276-284 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1159/000216538" rev="review">10.1159/000216538</a></span><br />
3- <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Child+and+Adolescent+Psychiatric+Clinics+of+North+America&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2Fj.chc.2009.04.003&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Family+and+Cultural+Influences+on+Sleep+Development&rft.issn=10564993&rft.date=2009&rft.volume=18&rft.issue=4&rft.spage=849&rft.epage=861&rft.artnum=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS1056499309000340&rft.au=Giannotti%2C+F.&rft.au=Cortesi%2C+F.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Giannotti, F., & Cortesi, F. (2009). Family and Cultural Influences on Sleep Development <span style="font-style: italic;">Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America, 18</span> (4), 849-861 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1016/j.chc.2009.04.003" rev="review">10.1016/j.chc.2009.04.003</a></span></div>
4- <span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Current+Biology&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2Fj.cub.2004.11.039&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=A+marker+for+the+end+of+adolescence&rft.issn=09609822&rft.date=2004&rft.volume=14&rft.issue=24&rft.spage=0&rft.epage=0&rft.artnum=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS0960982204009285&rft.au=Roenneberg%2C+T.&rft.au=Kuehnle%2C+T.&rft.au=Pramstaller%2C+P.&rft.au=Ricken%2C+J.&rft.au=Havel%2C+M.&rft.au=Guth%2C+A.&rft.au=Merrow%2C+M.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Roenneberg, T., Kuehnle, T., Pramstaller, P., Ricken, J., Havel, M., Guth, A., & Merrow, M. (2004). A marker for the end of adolescence <span style="font-style: italic;">Current Biology, 14</span> (24) DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2004.11.039" rev="review">10.1016/j.cub.2004.11.039</a></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-49515680472237550662011-10-31T16:43:00.001-02:002011-11-02T23:00:42.933-02:00Os processos "C" e "S" de regulação do SonoPara preparar para a leitura do próximo texto "Só mais dez minutos" decidi fazer uma descrição sobre o modelo que usamos para explicar como o sono é regulado. A ideia é que as pessoas encontrem aqui informações sobre o que é chamado de Processo Circadiano (Processo C) e Processo Homeostático (Processo S) de regulação do sono. O modelo que explica esses dois processos foi proposto por <a href="http://de.wikipedia.org/wiki/Alexander_Borb%C3%A9ly">Borbély</a> em 1982 com o trabalho intitulado "<a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7185792">A two process model of sleep regulation</a>" O modelo de dois processos para a regulação do sono. Veja a figura abaixo para um esquema didático do modelo.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKvPZfcADw-Zum0eRF1wavfkq2eb2KUqDQJ52DdwZefjD6W8a1NLDlFNiqLBY18y50KknkILlPrQT0MxtyIx_zHu10FK9od0iIRMu2QZ8dOak6UVkzu-JONXTNES7dpxOa9OpgkXx1RH0/s1600/Modelo+de+dois+processos+regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+sono.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKvPZfcADw-Zum0eRF1wavfkq2eb2KUqDQJ52DdwZefjD6W8a1NLDlFNiqLBY18y50KknkILlPrQT0MxtyIx_zHu10FK9od0iIRMu2QZ8dOak6UVkzu-JONXTNES7dpxOa9OpgkXx1RH0/s320/Modelo+de+dois+processos+regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+sono.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 1. Modelo de dois processos de regulação do sono. Em azul claro representado 24h de um dia. Em cinza uma curva representando o Processo "S" de regulação do sono se acumulando ao longo do dia e sendo dissipado durante o sono. Os clip-art de sol e lua formam a curva que representa o processo "C" de regulação do sono. Em Vermelho outra curva representando a propensão ao sono consequente da ação dos dois processos "C" e "S". As duas setas violetas indicam os dois principais portões do sono. </td></tr>
</tbody></table>
Ainda está complicado? Então faremos como o Jack, vamos por partes!<br />
Para entender como funciona essa regulação precisamos entender o que a palavra "Circadiano" significa. A palavra tem origem no latim "Circa - cerca de" e "diem - dia", sendo assim "Circadiano" significa cerca de um dia. Cronobiologicamente falando, usamos o termo para representar ritmos biológicos com período próximo a 24 horas.<br />
Sendo assim, o processo Circadiano está relacionado com a regulagem do momento que devemos dormir. Ou seja, é ele que indicaria para o corpo quando está claro, ou escuro. Como somos animais diurnos temos a tendência de dormir a noite. Então a propensão ao sono, relacionada ao processo circadiano fica aumentada durante a noite.<br />
Agora podemos olhar com atenção o diagrama a seguir que mostra apenas a participação do processo "C" na regulação do sono.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh44lWbb53-fYoq_X0JMDw-308Kh4yUTTTSPB9aCNbYpTnclfQ4wai2drK2aIPlgmr4J3HRrSk9007fvb08jZ8MMai-hDGvalfI23SszPA_NsUuRw_SLzRIXChmaIWq4vlAVzsmqzRJu9I/s1600/Processo+Circadiano+de+Regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+Sono.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh44lWbb53-fYoq_X0JMDw-308Kh4yUTTTSPB9aCNbYpTnclfQ4wai2drK2aIPlgmr4J3HRrSk9007fvb08jZ8MMai-hDGvalfI23SszPA_NsUuRw_SLzRIXChmaIWq4vlAVzsmqzRJu9I/s320/Processo+Circadiano+de+Regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+Sono.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 2. Processo Circadiano da Regulação do Sono. Os clip-art sol e lua indicam a variação diária do ciclo claro/escuro. Estes formam uma curva que também indica a propensão ao sono ao longo de 24h se considerado apenas a participação do processo Circadiano.</td></tr>
</tbody></table>
Para simplificar as coisas <strike>mais do que já simplifiquei</strike> podemos pensar no processo Circadiano como a regulação feita pelo ciclo claro/escuro. Quando está claro nossa propensão ao sono diminui e tendemos a ficar mais alertas, o inverso ocorre quando está escuro.<br />
E o processo Homeostático, também chamado de Processo "S"? Aqui também discutiremos primeiro o que significa a palavra "homeostático". O termo vem de "homeostasia" que na fisiologia clássica é definida como "a manutenção das condições internas dos organismos constante". Mas eu prefiro pensar em homeostasia como de um modo menos clássico. Mais uma vez vamos por partes. O termo, homeostasia, deriva do grego "homeo - semelhante" e "stasis - situação", portanto, "homeostasia - situação semelhante".<br />
A ideia que quero passar aqui é que a homeostasia compreende todos os processos e regulações necessários para a manutenção do organismo.<br />
Chega de confusão e vamos voltar para o Processo "S". O que Borbély quer representar com esse processo é que além da regulação circadiana, o sono é regulado pelo acúmulo do seu débito. Como assim? Quanto mais acordado se fica, mais se acumula a necessidade de dormir, até chegar em um momento que o acúmulo fica insuportável e as criaturas dormem. Agora é hora de observar mais um esquema!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkIukeh7HQaIMAftB59MFFq_tbwyuhRRXv3QVyEA9nz_3xmxJ9uWIaMCnEK2ys8gpRrBb-bia7DZUc4OekPgVjDBI3SfGTqrdM1zoS-SkALw4q6OwggRwsaaj80i1FBTBmhPm-MyhqUGE/s1600/Processo+Homeostatico+de+Regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+sono.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkIukeh7HQaIMAftB59MFFq_tbwyuhRRXv3QVyEA9nz_3xmxJ9uWIaMCnEK2ys8gpRrBb-bia7DZUc4OekPgVjDBI3SfGTqrdM1zoS-SkALw4q6OwggRwsaaj80i1FBTBmhPm-MyhqUGE/s320/Processo+Homeostatico+de+Regula%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+sono.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 3. Processo de Regulação Homeostática do Sono. Em cinza uma curva indicando o acúmulo e dissipação da necessidade de dormir ao longo das 24h.</td></tr>
</tbody></table>
Algumas pessoas podem perguntar "é como acumular uma substância?" Eu diria que é quase isso, não é apenas uma substância porque o sono é um comportamento que envolve todo o corpo, mas se fosse para escolher uma, e apenas uma substância como indicadora do processo "S" eu <strike>e todo o referencial bibliográfico que tenho lido</strike> escolheria a adenosina. Mas isso é assunto para outro texto.<br />
E quando é que dormimos? Finalmente, dormimos quando os dois processos apontarem para a mesma direção, ou seja, quando o processo "C" indicar que é momento de dormir e quando o processo "S" indicar que já acumulamos necessidade de sono suficiente para dormir! Volte para a figura 1!!!<br />
<br />
Até lá eu ficarei escrevendo e sim, eu aceito críticas e sugestões! ;-p)<br />
<br />
<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span>
<br />
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Human+neurobiology&rft_id=info%3Apmid%2F7185792&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=A+two+process+model+of+sleep+regulation.&rft.issn=0721-9075&rft.date=1982&rft.volume=1&rft.issue=3&rft.spage=195&rft.epage=204&rft.artnum=&rft.au=Borb%C3%A9ly+AA&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Borbély AA (1982). A two process model of sleep regulation. <span style="font-style: italic;">Human neurobiology, 1</span> (3), 195-204 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7185792" rev="review">7185792</a></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-46966696046592037802011-10-25T23:44:00.004-02:002011-10-25T23:48:24.314-02:00Cérebro Sonâmbulo.<div>
<i>O que acontece com neurônios corticais de animais que ficam privados de sono? Será que, individualmente, eles podem dormir enquanto outros neurônios, de outras áreas do córtex, permanecem acordados? Se isso acontece, há então neurônios sonâmbulos? Se existirem neurônios sonâmbulos seria possível existir um cérebro sonâmbulo com populações de neurônios que dormem enquanto outras estão ativas? E se isso acontecer, será que há prejuízo para o desempenho cognitivo? Ou melhor, seria essa uma possível explicação para a queda no desempenho cognitivo quando se está sonolento?</i></div>
<div>
<br /></div>
Foi com essas perguntas em mente que comecei a leitura do artigo <a href="http://www.nature.com/nature/journal/v472/n7344/full/nature10009.html">Local Sleep in Awake Rats</a><br />
desenvolvido pelo pesquisador <a href="http://academic.research.microsoft.com/Author/23509672/vladyslav-v-vyazovskiy">Vladyslav V. Vyazovskiy</a> e colegas do laboratório liderado por <a href="http://academic.research.microsoft.com/Author/156701/giulio-tononi">Giulio Tononi</a> publicado na revista <a href="http://www.nature.com/">Nature</a>. Utilizando de um sistema de microeletrodos eles registraram tanto o potencial de campo local de uma população de neurônios como o que eles chamam de atividade multi-unitária (MUA - que registra o padrão de disparo de neurônios individuais), em momentos de vigília e sono espontâneos. O que eles queriam era saber se neurônios corticais de ratos podem exibir estados de inativação (Off) durante a vigília, semelhante aos que são observados em momentos de sono NREM quando são registradas as famosas ondas lentas.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA4Hs-lp3eT15Yyii6rAg7CQbq9XXAwVTpxsMx9vyzr87vdhNmae9qXoce2ceRlBse63W5KeZStyt6gRXYAhCzHbVOh9YZ7N3mYBp1byAE8aI30Wggk3tTNFdT1VFx4utisOPmjcGCAm-b/s1600/cyborgrat.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA4Hs-lp3eT15Yyii6rAg7CQbq9XXAwVTpxsMx9vyzr87vdhNmae9qXoce2ceRlBse63W5KeZStyt6gRXYAhCzHbVOh9YZ7N3mYBp1byAE8aI30Wggk3tTNFdT1VFx4utisOPmjcGCAm-b/s320/cyborgrat.jpg" width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique para descobrir a fonte!</td></tr>
</tbody></table>
Para minha surpresa, as conclusões desse trabalho respondem quase todas as minhas questões. Quando os animais foram privados de sono (SD4 - 4 horas de privação) houve uma mudança no potencial de campo local (LFP na figura 2) de alguns neurônios registrados, quer dizer, com a privação de sono começaram a surgir ondas lentas locais, coerentes com a ausência de disparo neuronais (note a falha na porção inferior do retângulo da figura 2c). Interessante notar que antes da privação de sono esse tipo de onda lenta não foi observado. Desse modo, algumas perguntas foram respondidas, neurônios individuais e populações de neurônios ficam "Off" após privação de sono enquanto outros permanecem "online". <strike>Parece que existe sim neurônios sonâmbulos!</strike><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaSdlEYRfvThwddRBYM4TdDaijnBHYO3MaiVXZAcSc3Aybg_-yvoU1O_OunwzPOoJljNstw9WK6qYZNrlPfUp3hkKfmEK3asXWTQ67iODIhrUwEZofUQbUGk36Wzt0e71jXVbiB0vK08M/s1600/Sleepingwake1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaSdlEYRfvThwddRBYM4TdDaijnBHYO3MaiVXZAcSc3Aybg_-yvoU1O_OunwzPOoJljNstw9WK6qYZNrlPfUp3hkKfmEK3asXWTQ67iODIhrUwEZofUQbUGk36Wzt0e71jXVbiB0vK08M/s320/Sleepingwake1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 2. Períodos "Off" durante a vigília e o sono NREM. a) Registro de LFP do córtex frontal e <i>raster plot</i> do MUA. b)Esquerda- força espectral para ondas theta/slow (2-6Hz), Direita-Força espectral para atividades de ondas lentas (0.5-2Hz). c) Mudanças de estados On e Off. *Atenção para área destacada. Fonte: http://www.nature.com/nature/journal/v472/n7344/carousel/nature10009-f1.2.jpg</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Como se não bastasse esse achado fantástico, tem mais! Não contentes em saber que neurônios podem ficar "Off" durante a vigília, os pesquisadores tentaram identificar se esses estados são globais ou locais. Para isso foram necessários mais alguns animais, agora com matrizes de microeletrodos posicionados em regiões diferentes do cérebro. Uma matriz registrava os padrões elétricos da porção mais frontal e outro de uma região mais parietal. Resultado? Quando os animais foram privados de sono por 4 horas foi possível observar a existência de surtos globais, mas também surtos locais de neurônios em estado "Off"! Mais interessante ainda foi notar que quanto maior a privação mais global se torna esse fenômeno.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0ACKAh-o2STvqiVwQz3SWQn0o5HDPQV_8BpmwGtH4hETDnFK6AcklNQ8joqpepm_92XgFL-XHkUhZS0Tx48vPavH-AfdJQSjIG_OZdnMDrTJHbBn8zGoHHx01vfZ1rHSnAIn0Wg3otZI/s1600/sleepingwake2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0ACKAh-o2STvqiVwQz3SWQn0o5HDPQV_8BpmwGtH4hETDnFK6AcklNQ8joqpepm_92XgFL-XHkUhZS0Tx48vPavH-AfdJQSjIG_OZdnMDrTJHbBn8zGoHHx01vfZ1rHSnAIn0Wg3otZI/s320/sleepingwake2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Figura 3 - Períodos de sono local em ratos acordados. Fonte: http://www.nature.com/nature/journal/v472/n7344/carousel/nature10009-f2.2.jpg</td></tr>
</tbody></table>
Outra novidade interessante é que aparentemente o sono não é um evento tão sincronizado como se pensava. Note na figura 3 que durante o sono de ondas lentas existem atividade de ondas lentas globais, mas também existe ondas lentas locais. E durante o sono o que ocorre é que quanto mais se dorme mais local se torna o evento. Ou seja, há uma dissipação da atividade de ondas lentas no decorrer da noite.<br />
Mais perguntas respondidas! E agora? Será que há uma correlação entre o número de neurônios em estado "Off" e o baixo desempenho cognitivo?<br />
Segundo esse estudo, SIM! Animais privados de sono não apenas demonstraram pior desempenho em uma tarefa cognitiva como foi possível correlacionar os erros cometidos por esses animais com momentos "Off" de neurônios do córtex frontal! Sim, neurônios localizados na região cerebral associada ao planejamento!<br />
<br />
Conclusão: Esses eventos "Off" que o autor chama de "sono localizado" podem representar um processo adaptativo, se pensarmos que em alguns cetáceos e em algumas aves um hemisfério pode dormir enquanto o outro permanece acordado para dar conta dos movimentos necessários para continuarem nadando ou voando. Seria mal adaptativa se interpretada como os estados comportamentais dissociados como o sonambulismo (verdadeiro) e algumas parassonias.<br />
Questões em aberto: Será que esse mesmo padrão acontece em humanos? Poderia isso explicar o "cansaço" cognitivo após longos períodos de vigília?<br />
<br />
Vou esperar para ver...<br />
<br />
Esse foi mais um:<br />
<br />
<br />
<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span>
<br />
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Nature&rft_id=info%3Apmid%2F21525926&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Local+sleep+in+awake+rats.&rft.issn=0028-0836&rft.date=2011&rft.volume=472&rft.issue=7344&rft.spage=443&rft.epage=7&rft.artnum=&rft.au=Vyazovskiy+VV&rft.au=Olcese+U&rft.au=Hanlon+EC&rft.au=Nir+Y&rft.au=Cirelli+C&rft.au=Tononi+G&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Vyazovskiy VV, Olcese U, Hanlon EC, Nir Y, Cirelli C, & Tononi G (2011). Local sleep in awake rats. <span style="font-style: italic;">Nature, 472</span> (7344), 443-7 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21525926" rev="review">21525926</a></span>
<br />
<div>
<br /></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-70817632871956753622011-10-06T16:11:00.001-03:002011-10-06T16:11:30.682-03:00Vou xingar muito no Twitter... e parar na Science!Ei você twitteiro que adora extravasar suas emoções na rede atenção, suas frases em inglês <strike>xingar muito no twitter</strike> podem ter reverberado e parado em um artigo da <a href="http://www.sciencemag.org/">Science</a>.<br />
Já parou para pensar quantas vezes por dia você extravasa suas emoções em 140 caracteres?<br />
A dupla de cientistas <a href="http://redlog.net/">Scott A. Golder</a> e <a href="http://sdl.soc.cornell.edu/mwm/">Michael W. Macy</a> da <a href="http://www.cornell.edu/">Cornell University</a> teve uma sacada muito interessante. Eles decidiram avaliar o conteúdo emocional de frases postadas no twitter por usuários do mundo inteiro. Para isso eles montaram um banco de dados, contendo mais de 500 milhões de mensagens de cerca de 2,4 milhões de indivíduos. Em seguida, eles contaram com a ajuda de um software que faz análise do conteúdo léxico de textos (o <a href="http://www.liwc.net/">LIWC</a>) para avaliar o conteúdo emocional dessas "twittadas".<br />
Com a ajuda do LIWC eles classificaram as frases que continham conteúdo emocional positivo (EP), tais como entusiasmo, prazer, alerta, e frases que continham conteúdo emocional negativo (NP) que inclui angústia, raiva, medo, culpa, desgosto, entre outros.<br />
Após essa classificação os cientistas focaram suas análises em outros fatores, tais como o momento do dia e a localização geográfica. Com isso eles observaram que existe uma variação no humor ao longo do dia. Segundo esse estudo, os humanos expressam maior conteúdo emocional positivo em dois momentos do dia, um deles no início da manhã (entre 6h e 9h) e outro pico à noite (por volta das 24h). Além disso, eles também observaram que o menor índice de "twittadas" cujo conteúdo emocional era negativo ocorre no começo da manhã e cresce ao longo do dia até atingir seu pico durante a noite (por volta das 24h).<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLYba-NNesabnXIRHrqP1EmW97KcelhvImdCLx0u4zCqj6Q0oUQpwO3-cZ7PA4fQqSPrbqxPGFHI3C5fN4yo5_HQLNfGnDs51446K-iHKHIQ83VskjCJzYdYjsc5wgYM1_anp8Rt38ZY/s1600/Humor+circadiano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKLYba-NNesabnXIRHrqP1EmW97KcelhvImdCLx0u4zCqj6Q0oUQpwO3-cZ7PA4fQqSPrbqxPGFHI3C5fN4yo5_HQLNfGnDs51446K-iHKHIQ83VskjCJzYdYjsc5wgYM1_anp8Rt38ZY/s320/Humor+circadiano.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fig 1. Variação horária da emoção dividido por dia da semana (superior PA = EP, inferior NA = EN), linhas pretas mostram as médias e 95% de intervalo de confiança nas regiões coloridas. <a href="http://www.sciencemag.org/content/333/6051/1878/F1.large.jpg">Retirado do original</a> <strike>que a Science me perdoe</strike>.</td></tr>
</tbody></table>
Uma conclusão precipitada seria: "<i>ah, isso é óbvio, as pessoas acordam bem humoradas, vão para o trabalho e ficam estressadas, consequentemente <strike>xingam muito no twitter</strike> ficam mau humoradas.</i>" Mas não é exatamente essa a conclusão do estudo. Como eles também avaliaram as "twittadas" durante o final de semana, e foi possível observar o mesmo ritmo de variação circadiana do humor, com um atraso de duas horas, desse modo, parece claro que a variação do humor ao longo do dia é independente do fator trabalho. Provavelmente essa piora esteja relacionada ao sono, algo como a relação quanto mais tempo acordados mais mau humorados. Concorndando com a ideia de que privação de sono gera sonolência e pessoas sonolentas são mais irritadas.<br />
Além disso, o trabalho sugere que essa variação circadiana do humor é uma característica bastante forte da espécie humana, mantendo-se presente nas mais variadas culturas. A figura 2 apresenta a variação horária do humor para quatro regiões distintas. Pode-se notar que o ritmo se mantém independe dos fatores culturais.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29UICufkKeOGT66y9yO3trM13_amYVmhk9w7OPbVe5nIY0m40ZuGQKbs2m6kPgrIc0iWrc4TcQMIWEW0ww-3T28x8ng_lUswiu9SX7dR6f9kfpNLkIC4hyphenhyphenXl3SD_EJptbsQOBwODquEE/s1600/humor+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29UICufkKeOGT66y9yO3trM13_amYVmhk9w7OPbVe5nIY0m40ZuGQKbs2m6kPgrIc0iWrc4TcQMIWEW0ww-3T28x8ng_lUswiu9SX7dR6f9kfpNLkIC4hyphenhyphenXl3SD_EJptbsQOBwODquEE/s320/humor+2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Variação horária do humor dividido em quatro grandes áreas de falantes de inglês. <a href="http://www.sciencemag.org/content/333/6051/1878/F2.large.jpg">Retirado do original</a> .</td></tr>
</tbody></table>
Bonito, não? O que faz desse trabalho tão diferente do que já foi feito em estudos que avaliam o humor é a forma como foi obtido o dado. Estudos clássicos realizados em laboratório contam com mais informações a respeito dos sujeitos, no entanto, é diferente quando você perguntar para uma pessoa "<i>Como você está se sentindo agora?" </i> do que quando uma pessoa, espontaneamente, <strike>xinga muito no twitter</strike> expressa sua emoção.<br />
A beleza do resultado desse trabalho está aí, estudar o comportamento humano em seu ambiente <strike>virtual</strike> natural, com sua apresentação espontânea e livre de manipulações ou simulações que eventualmente acontecem em laboratórios.<br />
Será que tem alguém estudando as relações sociais utilizando essas redes virtuais? Quando tiver tempo darei um "google" nisso para ver o que encontro.<br />
<br />
<br />
<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span><br />
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Science+%28New+York%2C+N.Y.%29&rft_id=info%3Apmid%2F21960633&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Diurnal+and+seasonal+mood+vary+with+work%2C+sleep%2C+and+daylength+across+diverse+cultures.&rft.issn=0036-8075&rft.date=2011&rft.volume=333&rft.issue=6051&rft.spage=1878&rft.epage=81&rft.artnum=&rft.au=Golder+SA&rft.au=Macy+MW&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Neuroscience">Golder SA, & Macy MW (2011). Diurnal and seasonal mood vary with work, sleep, and daylength across diverse cultures. <span style="font-style: italic;">Science (New York, N.Y.), 333</span> (6051), 1878-81 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21960633" rev="review">21960633</a></span><br />
<br />
<br />
<br Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-33786215673202162262011-09-19T12:53:00.000-03:002012-02-13T15:23:28.370-02:00Sono da beleza: O segredo da bela adormecida?É exatamente o que parece. Uma das diversas funções do sono é o efeito de beleza. Novidade? Nem tanto assim, afinal quem conhece a história da "Bela Adormecida" já deve ter pensado nisso. O que vou contar nesse post é que apenas em 2010 surgiu o relato científico válido que demonstra os efeitos positivos do sono na percepção de saúde e beleza em pessoas privadas de sono (clique na imagem para os créditos e mais informações). Em outras palavras, ficar sem dormir faz com que você pareça feio, cansado e parecendo doente.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.austin360.com/multimedia/dynamic/00315/Sleeping_Beauty_315418c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="183" src="http://www.austin360.com/multimedia/dynamic/00315/Sleeping_Beauty_315418c.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Pois bem, o estudo intitulado <i><a href="http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6614.long">Beauty sleep: experimental study on the perceived health and attractiveness of sleep deprived people</a> </i>(Sono da beleza: estudo experimental sobre a percepção de saúde e atratividade em pessoas privadas de sono), foi publicado numa revista científica britânica, BMJ, cujo fator de impacto de 2009 foi de 13,66!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Os autores, liderados por John Axelsson, fotografaram 23 sujeitos em situações de privação de sono (31 horas de privação de sono!) e em situações de sono normal. Em seguida eles mostraram essas figuras para 65 observadores, com idades entre 18-63 anos. O que os observadores tinham que fazer era dar nota, em uma escala analógica visual (VAS) como essas comumente utilizadas em estudos sobre dor. Nessas escalas os sujeitos classificavam as pessoas das fotos como saudáveis ou não saudáveis, atrativas(bonitas) e não atrativas (feias mesmo), e cansadas ou descansadas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://scienceblogs.com/clock/upload/2007/02/vas1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="112" src="http://scienceblogs.com/clock/upload/2007/02/vas1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Escala analógica visual utilizada para estudos sobre percepção da dor. A pergunta é "Quão severa é sua dor?" e o sujeito deve marcar um "X" na escala de acordo com a intensidade, iniciando em "Dor nenhuma" até "Pior dor Imaginável" (clique na imagem para os créditos e mais informações)</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
O que os pesquisadores descobriram é que ficar 31h sem dormir deixa as pessoas parecendo menos saudáveis, mais feias e mais cansadas <strike>(sério?)</strike> quando comparadas com elas mesmas, após uma boa noite de sono.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6614/F2.large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="189" src="http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6614/F2.large.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">A imagem acima é de um dos sujeitos do estudo. A fotografia do lado esquerdo foi tirada após uma noite de sono normal, e a da direita após 31h de privação de sono. </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
Utilizando uma ferramenta estatística (regressão linear) os pesquisadores avaliaram as correlações entre atratividade vs saúde; atratividade vs cansaço e saúde vs cansaço. A figura abaixo ilustra essas correlações. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6614/F1.large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6614/F1.large.jpg" width="159" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Relação entre saúde, cansaço e atratividade. Clique na figura para ampliar, créditos e mais informações.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
Observando a primeira parte da figura pode-se pensar que quanto mais saudável, mais atraente uma pessoa parece. Na segunda parte nota-se que quanto mais cansado, menos atraente parece a pessoa. A última parte indica que quanto mais cansado, menos saudável. E é assim que os pesquisadores concluem seu estudo: "Pessoas são capazes de detectar a privação de sono, baseados em pistas faciais."</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
E qual a relevância científica dessa informação? Bem, até esse estudo ser realizado, não existiam dados empíricos demonstrando a habilidade de percepção de privação de sono, baseando-se em pistas faciais. Sabendo isso, médicos e clínicos, poderão utilizar essa informação como mais uma variável a ser observada durante os exames clínicos.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Eu prefiro a relevância quase irônica do estudo. O segredo da bela adormecida ser tão bela é nunca estar privada de sono.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Se em outros textos encerrei com "dormir para lembrar" hoje é dia de "dormir para embelezar".</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Referência:</div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />Axelsson J, Sundelin T, Ingre M, Van Someren EJ, Olsson A, Lekander M. <b>Beauty sleep: experimental study on the perceived health and attractiveness of sleep deprived people</b>. BMJ. 2010 Dec 14;341:c6614. doi: 10.1136/bmj.c6614.</span><br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-13260505357366733712011-09-18T14:32:00.001-03:002011-09-18T15:01:09.285-03:00Dormir para lembrar só o que realmente importa?Aproveitando o sábado cinzento em Curitiba e a inspiração para escrever, comentarei aqui um dos meus artigos favoritos.<br />
<br />
Todos sabemos que é impossível lembrar de todos os eventos que experienciamos certo? Também sabemos que quando <a href="http://sonhosdoneuro.blogspot.com/2011/05/dormir-sonhar-e-lembrar-parte-3-o-sono.html">dormimos realizamos a consolidação do que aprendemos</a> enquanto acordado. Mas por que será que depois de uma boa noite de sono lembramos apenas uma parte do que aprendemos no dia anterior <strike>nos dias anteriores</strike>?<br />
<br />
Uma possível resposta é bastante simples: porque não há espaço, nem energia, para tudo.<br />
Outra resposta seria que o sono atua como um filtro consolidando <strike>arquivando</strike> só o que realmente importará no futuro. É o que mostra o estudo <i>"<a href="http://www.jneurosci.org/content/31/5/1563.short">Sleep selectively enhances memory expected to be of future relevance</a>" (O sono seletivamente melhora memórias de relevância futura). </i>O grupo de pesquisadores alemães coordenado pelo neurocientista <a href="http://www.nncn.uni-freiburg.de/nachrichten-en/born">Jan Born</a> ensinou uma série de lista de palavras para sujeitos que após aprenderem foram informados que seriam testados sobre estas listas após o sono. Outro grupo aprendeu a mesma lista mas não foi informado de que seria testado após o sono. Havia também grupos que aprenderam a tarefa e não puderam dormir antes do teste, um deles ficou sabendo que seria testado e outro não.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA6Q1E8hIsF5Hdq0_NJHI7YI-vdaMmHGWAEv8kr9HN_SvLEWx9Ybg8VMBCGZjXr1LqiDi6OA1xHUS4D9qLBJYRJylCL3u8UnPNvFn5hnqsLco9Ki8CDyhCyupz1KzPxgJXoxIH-NJebUU/s1600/Whilhelm+2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA6Q1E8hIsF5Hdq0_NJHI7YI-vdaMmHGWAEv8kr9HN_SvLEWx9Ybg8VMBCGZjXr1LqiDi6OA1xHUS4D9qLBJYRJylCL3u8UnPNvFn5hnqsLco9Ki8CDyhCyupz1KzPxgJXoxIH-NJebUU/s320/Whilhelm+2011.jpg" width="320" /></a></div>
O que aconteceu é que o grupo que dormiu e tinha a expectativa de ser testado teve o melhor desempenho entre todos os grupos. A figura acima <strike>retirada</strike> do artigo original apresenta o desempenho dos sujeitos para o teste, em preto o desempenho dos sujeitos dos grupos com a expectativa e em branco sujeitos que não esperavam ser testados. Mais interessante ainda é a figura ao lado que mostra apenas três grupos. Ali estão organizados os dados dos sujeitos que deveriam fazer parte do grupo sem expectativa de teste, porém, esses sujeitos desconfiaram que seriam testados, portanto, formaram um novo grupo. Note que apenas os sujeitos que desconfiaram e dormiram tiveram uma melhora significativa no desempenho.<br />
<br />
Não contentes com essas informações os pesquisadores foram além e testaram o mesmo desenho experimental usando outros tipos de teste. Fizeram o mesmo para uma tarefa de discriminação visual de 2 dimensões (jogo da memória!) e obtiveram o mesmo resultado. Testaram memória não declarativa, através de um teste de digitação de sequência e o resultado foi o mesmo. O sono ajuda a consolidar seletivamente memórias que serão relevantes no futuro!<br />
<br />
Esse trabalho é mais uma evidência importante para o papel do sono na consolidação da memória e mostra que o sono participa ativamente nesses processos.<br />
<br />
Acho que está na hora de juntar as teorias da Homeostase Sináptica com o Processo ativo de consolidação.<br />
<br />
Referência:<br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 18px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"></span></span><br />
<div class="cit" style="line-height: 1.45em;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Wilhelm I</span></span>, <span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Diekelmann S</span></span>, <span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Molzow I</span></span>, <span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Ayoub A</span></span>, <span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Mölle M</span></span>, <span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="border-bottom-color: initial; border-bottom-style: initial;">Born J</span></span>.</span> <span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"><a href="http://www.jneurosci.org/content/31/5/1563.short"><span class="highlight">Sleep</span> <span class="highlight">selectively</span> enhances <span class="highlight">memory</span> expected to be of <span class="highlight">future</span> relevance</a>. </span>J Neurosci. 2011 Feb 2;31(5):1563-9.<span class="Apple-style-span" style="line-height: 36px;"> </span></span></div>
<div class="cit" style="line-height: 1.45em;">
<span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><br /></span></div>
<div class="cit" style="line-height: 1.45em;">
<span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;">"Ideias a mil"</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-7781342958882024172011-09-17T12:11:00.001-03:002011-09-17T12:17:48.284-03:00Dormir, sonhar e lembrar - Parte 5 - O sono, os sonhos, e a memóriaEsse poderia muito bem ser um post "pescador", para isso bastaria eu colocar no título a frase "Significado dos sonhos" ou algo como "entenda os seus sonhos". Mas este não é,<strike> nem de longe</strike>, o propósito desse blog. Também devo avisar que não tenho a menor pretensão de escrever sobre a relação da psicologia e/ou psicanálise com os sonhos o enfoque principal será como a neurociência entende os sonhos.<br />
<br />
Entre as teorias vigentes tentando dar aos sonhos uma possível função neurobiológica está a ideia de que os sonhos teriam uma função adaptativa.<br />
<br />
Neste post falarei um pouco sobre algumas teorias que figuram na neurociência e que tem como objetivo explicar o que são os sonhos e também para que servem os sonhos. Novamente farei apenas um resumo dos pontos principais de cada teoria e apontar algumas evidências. Com o passar do tempo farei novos textos explicando com maior detalhes cada uma dessas teorias.<br />
<b><br /></b><br />
<b>Sonhos e Freud:</b><br />
<b><br /></b><br />
Curto e grosso: para Freud os sonhos seriam a expressão dos desejos mais recalcados.<br />
Para Freud os sonhos possuem um sentido, ou um significado, possibilitando assim a sua interpretação. Freud ainda diz que esses desejos são expressos durante os sonhos devido a supressão do "ego" durante o sono, o que permitiria a expressão do ID. A figura faz uma representação de o que seriam o ID, EGO e SUPER EGO (clique na figura para créditos).<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://appsychitext.wikispaces.com/file/view/id_ego_superego.gif/124455739/id_ego_superego.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://appsychitext.wikispaces.com/file/view/id_ego_superego.gif/124455739/id_ego_superego.gif" /></a></div>
Além de toda a contribuição de Freud para a psicanálise, vale a pena ressaltar que Freud foi o primeiro a acreditar que os sonhos eram a chave para entender a mente humana.<br />
<br />
<b>Sonhos e Allan Hobson:</b><br />
Muito tempo depois da publicação do livro "A interpretação dos Sonhos - Sigmund Freud, 1900". E com muito mais recursos tecnológicos para estudar o cérebro surge a proposta encabeçada pelo neurocientista J. Allan Hobson, de que os sonhos representariam um estado de protoconsciência.<br />
Não entrarei em detalhes neste post sobre o que o Hobson chama de protoconsciência e apresentarei aqui uma ideia sucinta de sua teoria.<br />
Para Hobson, graças às ativações pelas ondas PGO (Ponto-Genículo-Occipitais) e de uma inibição do córtex prefrontal, haveria uma ativação aleatória de diferentes áreas do córtex de modo que os sonhos seriam formados por ativações de redes neuronais que contenham informações de eventos que já vivemos. Preferencialmente eventos recentes e com algum substrato emocional.<br />
Sendo assim, para Hobson os sonhos são a consequência dessa ativação. E devido ao caráter aleatório dessa ativação os sonhos não possuiriam um roteiro fixo.<br />
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<b>Sonhos e uma possível Função Adaptativa:</b><br />
<a href="http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(10)00352-0">Sonhar com uma tarefa aprendida é associado com melhora do seu desempenho em teste pós sono</a>.<br />
É com esse título que um grupo de pesquisadores liderados pelo neurocientista <a href="http://sleep.med.harvard.edu/people/faculty/220/Robert+Stickgold+PhD">Robert Stickgold</a> apresenta mais uma evidência de que os sonhos teriam participação ativa nos processos de consolidação de memórias declarativas. Basicamente o que foi descoberto por esse grupo é que sujeitos que tiveram sonhos relacionados com o teste que haviam aprendido antes de dormir tiveram um desempenho quase 10 vezes melhor que sujeitos que não dormiram e sujeitos que não relataram sonhos.<br />
Juntamente com uma série de outras evidências existe a proposta de que os sonhos teriam uma função adaptativa. Explico:<br />
Segundo essa teoria, durante os sonhos o nosso cérebro faria a reativação de diferentes redes neurais, reverberando o que foi aprendido e testando diferentes possibilidades e soluções para problemas. Simples e interessante não?<br />
Além de evidências empíricas para esta hipótese existe também uma série de histórias de prêmios Nobel que creditam a solução de seus problemas a sonhos criativos. Dentre eles <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_August_Kekul%C3%A9_von_Stradonitz#O_sonho_de_Kekul.C3.A9">August Kekulé</a>, <a href="http://xnet.kp.org/permanentejournal/summer06/otto.html">Otto Loewi</a>, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Dmitri_Mendeleev">Dimitri Mendeleev</a>.<br />
Essa ideia de que os sonhos teriam uma função adaptativa é apoiada por diversos grupos de pesquisa, incluindo pesquisadores brasileiros como <a href="http://cerebromente.blogspot.com/2008/11/sidarta-ribeiro.html">Sidarta Ribeiro</a> que além de desenvolver pesquisa, escreve com frequência sobre o tema em sua coluna na revista Mente & Cérebro.<br />
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Existem outras tentativas de atribuir uma função aos sonhos, porém, para o propósito deste post escolhi apenas essas três, com tempo escreverei mais sobre sonhos, sonhos lúcidos e o que a neurociência tem a dizer.<br />
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Para o momento concluo que a neurociência passou muito tempo sem dar a atenção devida aos sonhos e com o devido investimento em pesquisa teremos novidades bastante interessantes e que poderão ajudar a explicar o funcionamento do cérebro e entender as funções do sono.<br />
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"Let´us learn to dream, gentleman, and then perhaps we shall learn the truth" - August Kekulé.<br />
"Aprendamos a sonhar, senhores, e então talvez teremos a verdade".<br />
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<b><br /></b>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-75650024895754215822011-08-16T22:05:00.001-03:002011-08-18T08:34:18.561-03:00Professores da UFPR em greve, e daí?<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px;"></span><br />
<div style="line-height: 1.5em;">Acabo de ouvir nos corredores da UFPR que os professores decidiram, em assembleia realizada hoje, entrar em greve. </div><div style="line-height: 1.5em;">Mas eu, como aluno de pós-graduação me pergunto, e daí? Quem é que percebe uma greve de professores? Ou como diria o Chaves, "Quem se importa?" (Não, pelo menos dessa vez não coma a torta!).</div><div style="line-height: 1.5em;">Inicialmente quem perceberá essa greve será apenas os alunos. Mas e o contribuinte? Será que aquele cara que não possui vínculo algum com a UFPR, mas paga os impostos que mantém a univerdade, vai perceber a existência dessa greve? Eu duvido, ou melhor, eu tenho certeza de que não irá perceber, pior, não vai nem se importar. No máximo irá fazer uma piada com algum estudante dizendo: "<em>se ferrou, vai passar o mês de janeiro na sala de aula</em>".</div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Então, de que adianta essa greve? Qual o motivo de cruzar os braços?</div><div style="line-height: 1.5em;">Entre as respostas virá a mais óbvia: <strong>Salário</strong>! Professores e servidores técnicos estão sem reajuste há 2 anos (se eu não estiver enganado, caso sim a correção é bem vinda). Além dos salários os professores e servidores apresentam uma lista bastante grande de reivindicações que podem ser lidas no link http://greveufpr.org/ .Ainda sobre os salários, tenho visto muita gente comentando que professor de UF ganha uma fortuna "só para dar aula". <span class="fbUnderline" style="text-decoration: underline;">Só para dar aula?</span></div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Cheguei onde eu queria, ao meu ver o motivo principal dessa greve não é apenas salário, mas sim o reconhecimento e a valorização da <strong>educação</strong>, consequentemente do professor. </div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Por que valorizar o professor?</div><div style="line-height: 1.5em;">Fico imensamente triste em ter que responder essa pergunta. Infelizmente vivemos a geração do individualismo e do imediatismo, a geração em que o termo consumidor suplantou o termo cidadão. E essa geração aprendeu que profissional valorizado é o profissional que ganha bem, que fica rico, o restante não merece respeito ou valorização. Essa geração também cresceu vendo os professores reclamando dos seus salários e exibindo contra-cheques vergonhosos, desse modo, essa geração aprendeu que professor não é profissão de sucesso, não merece respeito.</div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Feita a introdução, apresento os motivos que me fazem <strong>gritar</strong> pela valorização do professor. O professor é o principal responsável pela formação do <strong>cidadão</strong>. É o ator principal na arte de educar, e é responsável por permitir ao cidadão o acesso ao conhecimento. </div><div style="line-height: 1.5em;">E mesmo para essa geração que valoriza o profissional bem pago o professor é importante. É graças ao professor que o médico aprendeu a medicina, o engenheiro, o advogado, o JOGADOR DE FUTEBOL, todos os profissionais precisam de um <strong>professor</strong>. Pensando dessa maneira, nada mais justo que valorizar o professor.</div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Faço também um adendo ao professor das universidades públicas, este possui outras atividades além de apenas "<em>dar aula</em>". A grande maioria deles assume função de pesquisador/cientista e outros tantos também atuam no que chamam de extensão. Como pesquisadores/cientistas os professores são responsáveis pelo avanço científico do nosso país. São eles que lutam diariamente para responder todas as perguntas possíveis, são eles que batalham pelo desenvolvimento tecnológico do país. A atuação na extensão envolve desde a participação nas clínicas-escola até o desenvolvimento de projetos que leva a universidade e o conhecimento a todos, programas de uso responsável de medicamentos, programas de apoio ao agricultor e outras centenas ou quiçá milhares.</div><div style="line-height: 1.5em;">Selecionei apenas uma porção de argumentos, poderia passar horas escrevendo outros... </div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">E assim é chegada a hora de lutar pela valorização da <strong>educação</strong>. Mas que não seja uma greve de pijamas, que seja uma luta com participação de todos os envolvidos, professores, servidores técnicos e estudantes. É hora de ir para as ruas e gritar pela <strong>educação</strong> do nosso país, pintar a cara e bater o pé até que o contribuinte perceba a movimentação, e ... quem sabe... se gritar realmente alto ser ouvido.</div><div style="line-height: 1.5em;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em;">Com aquela frase velha e bastante conhecida encerro meu desabafo: "<strong>Por uma educação pública, gratuita e de qualidade</strong>"</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-41238463083894380012011-07-13T15:00:00.000-03:002011-07-13T15:00:44.531-03:00Dormir, sonhar e lembrar - Parte 4 Ainda sobre sono e memóriaMomento de falarmos sobre a Hipótese da Homeostase Sinápitca (<a href="http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1087079205000420">Sleep Function and Synaptic homeostasis hypothesis</a>) que foi proposta pelos pesquisadores Giulio Tononi e Chiara Cirelli em <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14638388">2003</a> e revista em <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16376591">2006</a>. Contar a história toda tomaria muito tempo, <strike>e caracteres</strike>, por isso apresentarei nesse post apenas ao que eu considero o mais importante de toda a história.<br />
A Hipótese da Homeostase Sináptica reivindica que o sono tem um papel fundamental na regulação do "peso" das sinapses.<br />
Como assim? Sinapses tem "peso"?<br />
O que acontece é que cada vez que reforçamos algum aprendizado, nosso cérebro também reforça as conexões que representam aquele aprendizado ou memória. Então o "peso" dessa sinapse representa o quanto ela está sendo reforçada e modificada, essas modificações podem ser estruturais (número de botões sinápticos) ou apenas relacionadas a quantidade de neurotransmissor liberado ou de receptores expressos na membrana pós sináptica.<br />
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Observe com atenção a figura abaixo e identifique na figura os passos 1, 2 e 3. Será deles que falarei em seguida. (clique na imagem para ampliar)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyuOTpBoi2mK39cBcO2vnQ3kcn9Xihum9gGv0fSRiEOeXkKukS6GGeti6uNiTjNHRIhtsAzKm1fcCu4nGUb8gWSEP7UQR_taiPtDI0aR5v8ym92s6F6HSbnyU1Bq4PBZRuxtzeaZn0HBE/s1600/blog022.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyuOTpBoi2mK39cBcO2vnQ3kcn9Xihum9gGv0fSRiEOeXkKukS6GGeti6uNiTjNHRIhtsAzKm1fcCu4nGUb8gWSEP7UQR_taiPtDI0aR5v8ym92s6F6HSbnyU1Bq4PBZRuxtzeaZn0HBE/s320/blog022.jpg" width="320" /></a></div><br />
<b>A hipótese da homeostase sináptica</b><br />
Já é consenso que a vigília é associada a potenciação das <a href="http://www.cerebromente.org.br/n12/fundamentos/neurotransmissores/neurotransmitters2_p.html">sinapses</a> em diversos circuitos neuronais. Para facilitar a compreensão da hipótese vamos considerar que essa potenciação das sinapses, ou potenciação sináptica, represente o "peso" das sinapses. Pensando dessa maneira o que ocorre durante o dia é o aumento do peso das sinapses..<br />
Seguindo os passos da figura acima, o número 1 indicaria o momento em que acordamos, ou o nosso ponto de partida aqui. Notem que as duas sinapses representadas apresentam pesos iguais (w=100) e o peso total dessas sinapses é 200 (valores hipotéticos!). Ao longo do dia os pesos dessas sinapses é modificado e adicionamos novas conexões, o que altera o peso total. Note que próximo ao número 2 é possível observar que uma das sinapses teve seu peso aumentado (w=150) e que surgiu uma nova conexão (w=5). A soma total das sinapses agora é de 255. Esse aumento do peso das sinapses implica em aumento de custo energético e também em saturação de espaço, sendo necessária uma regulação.<br />
Essa regulação ocorre durante o sono de ondas lentas. Segundo a hipótese essa etapa do sono seria responsável pelo balanceamento das conexões geradas e alteradas durante o dia de modo que ao final da noite, etapa 3, o peso total das sinapses volte a ser o mesmo observado no início do dia (200).<br />
Isso também estaria relacionado ao fato de que há uma correlação entre o aumento da duração de sono de ondas lentas em função da vigília anterior e o seu decréscimo ao longo da noite.<br />
E qual a importância dessa regulação?<br />
A primeira delas é o controle do espaço e consumo energético. O espaço do cérebro é limitado, assim como a energia disponível.<br />
Outra importância é relacionada ao desempenho. Essa regulação permite um filtro das informações relevantes, desse modo, o que realmente importa é o que será mantido.<br />
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Mas é só isso? A hipótese é tão simplista assim?<br />
Não é apenas isso, conforme dito acima esse post teve o propósito de apresentar a hipótese de uma forma simplista.<br />
O mesmo grupo de pesquisadores já apresentou evidências que comprovam sua hipótese. A mais recente delas foi publicada na revista <i><a href="http://www.sciencemag.org/content/332/6037/1576.short">Science</a> </i>na edição de junho e será discutida em outro post.<br />
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A série de posts Dormir, sonhar e lembrar está quase chegando ao fim. Ainda faltam alguns capítulos, aguardem <strike>(aguarde leitor fantasma)</strike>.<br />
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*As referências desse post estão em forma de link ao decorrer do texto.<br />
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<i>La pregunta?</i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-60541988635408834892011-05-31T17:48:00.000-03:002011-05-31T22:10:59.633-03:00Dormir, sonhar e lembrar - Parte 3 O sono e a memóriaEncerrei o último post prometendo falar sobre sobre o paper "<a href="http://www.sciencemag.org/content/315/5817/1426.abstract">Odor Cues During Slow-Wave Sleep Prompt Declarative Memory Consolidation</a>". A ideia aqui é demonstrar que o sono participa da consolidação da memória. A tradução para o título do trabalho pode ser: <i>Pistas olfativas durante o sono de ondas lentas promove consolidação de memória declarativa.</i><br />
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O que o grupo, liderado pelo pesquisador alemão Jan Born, fez foi algo bastante simples, porém muito astuto. Sabendo que cheiros possuem um alto potencial como pistas contextuais, inclusive para memórias visuo-espaciais (como por exempo um jogo da memória, aquele para crianças), eles treinaram sujeitos em um desses jogos de memória e adicionaram e adicionaram um cheiro agradável a cada resposta correta. Mais importante que isso, durante os dois primeiros períodos de sono de ondas lentas os sujeitos foram novamente expostos ao mesmo cheiro. É importante notar que a opção por pistas olfativas foi determinante para o sucesso do experimento, pois em contraste com outros estímulos, é sabido que cheiros podem ser apresentados sem perturbar o sono (mais detalhes sobre isso <a href="http://www.vinparleur.net/IMG/pdf/Why_odor_alarms_will_not_work_for_humans.pdf">aqui</a>). O esquema abaixo demonstra o protocolo experimental. Clique para ampliar!<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivCJ8utlNojDIlVSw_6u3v2c-QUAmJwqnoBwyTI1fBzGZ0muE37MN_zgANtD1HvV0vP3Jbw4Rq6asmXJsdslcJAnfntreoL4FQ9BH-KI7X5hnc2cjH-uE0UhrnWjOMfkSfzVZaoIVWNzk/s1600/Rasch+2007.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivCJ8utlNojDIlVSw_6u3v2c-QUAmJwqnoBwyTI1fBzGZ0muE37MN_zgANtD1HvV0vP3Jbw4Rq6asmXJsdslcJAnfntreoL4FQ9BH-KI7X5hnc2cjH-uE0UhrnWjOMfkSfzVZaoIVWNzk/s320/Rasch+2007.bmp" width="320" /></a></div><br />
Sendo assim, a hipótese desse trabalho é: Um contexto olfativo apresentado durante o aprendizado da tarefa, é capaz de potencializar a consolidação se apresentado novamente durante o sono. Para ter certeza disso é necessário testar todas as possibilidades. Hora de observar a figura 2.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8zVZuJaC5sZnKSG9t88Mb6F3hHRF7kKoPQjQVi7AxMUH7ek4w9Ir4nvSSfQHVDgTnNOpIC_q8StSUqdsHUUPkjihhlfwK1fi5KZt0iMdqdyFgAM8i5hMq0ZgNkK9cH1xqsGDEjpxgQsY/s1600/Rasch+20072.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8zVZuJaC5sZnKSG9t88Mb6F3hHRF7kKoPQjQVi7AxMUH7ek4w9Ir4nvSSfQHVDgTnNOpIC_q8StSUqdsHUUPkjihhlfwK1fi5KZt0iMdqdyFgAM8i5hMq0ZgNkK9cH1xqsGDEjpxgQsY/s320/Rasch+20072.bmp" width="320" /></a></div><br />
A figura 2 é um resumo do protocolo experimental utilizado para avaliar todas as hipóteses. O que quer dizer que os pesquisadores avaliaram o efeito da pista olfativa apresentada em diferentes momentos, clique na figura para observar com mais detalhes.<br />
Mas e aí? Qual o grande resultado apresentado?<br />
O que aconteceu foi que os sujeitos que receberam a pista olfativa durante o sono ondas lentas apresentaram melhor desempenho na manhã seguinte. Nenhum efeito do cheiro foi observado em nenhum dos outros 3 experimentos, de modo que quando o cheiro foi apresentado durante sono REM, ou quando o cheiro foi apresentado antes do sono, não há nenhuma alteração na consolidação da memória. A conclusão prévia é simples, alguma coisa acontece durante o <i>sono de ondas lentas</i> que possibilita um reforço na consolidação da memória quando apresentado uma pista olfativa.<br />
Mas essa potencialização da consolidação acontece apenas para memórias declarativas? Para responder essa pergunta os pesquisadores realizaram o mesmo protocolo experimental, no entanto, ao invés de utilizar um teste de memória declarativa, eles realizaram uma tarefa motora (memória não-declárativa). O que aconteceu foi que os sujeitos que dormiram apresentaram melhor desempenho, e essa melhora foi independente da pista olfativa. Aprimorando a conclusão, o que parece é que o sono de ondas lentas é seletivo para consolidação de memórias declarativas.<br />
Para tentar entender o que é que acontece, os pesquisadores forem um pouco mais além, eles utilizaram ressonância magnética funcional para avaliar se o odor era capaz de ativar as mesmas áreas relacionadas com memória declarativa (no caso o hipocampo). O que aconteceu foi que a exposição ao odor durante o sono de ondas lentas aumentou a ativação do hipocampo.<br />
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<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx5CAxkdgrJikDgmRmzgL0IwJ4DXrdOweAXsUWtzQyNJHunw9k1C5INgyFUXF9vUtfODLsuiU-ra1n6tydINLhfJx25rpHamPkHYU6o8Z5bZVYXPyShkFyZOZgG7Rn0qgus4TbDWvBn-Q/s1600/Rasch+20073.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx5CAxkdgrJikDgmRmzgL0IwJ4DXrdOweAXsUWtzQyNJHunw9k1C5INgyFUXF9vUtfODLsuiU-ra1n6tydINLhfJx25rpHamPkHYU6o8Z5bZVYXPyShkFyZOZgG7Rn0qgus4TbDWvBn-Q/s320/Rasch+20073.bmp" width="320" /></a></div>Esse trabalho é uma referência bastante importante para a Teoria do sistema de consolidação. Segundo essa teoria a memória é consolidada durante o sono devido a repetida reativação das áreas envolvidas com o que foi aprendido. Ainda segundo essa teoria, o sono de ondas lentas seria o momento no qual ocorrem essas reativações hipocampais e possibilitaria um diálogo sincronizado entre as áreas relacionadas à memória.<br />
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Nos próximos textos falarei sobre a teoria da homeostase sinpáptica, uma outra opção para explicar a participação do sono na consolidação da memória.<br />
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Referência:<br />
- Odor Cues During Slow-Wave Sleep Prompt Declartive Memory Consolidation. Björn Rasch et al, <i>Science</i> 315, 1426 (2007); <a href="http://www.sciencemag.org/content/315/5817/1426.abstract">DOI: 10.1126/science.1138581</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-30502769980504906332011-05-30T00:57:00.001-03:002011-05-30T16:37:36.022-03:00Dormir, sonhar e lembrar - Parte 2 Lembrar, a memóriaDando continuidade (após um looooongo período de incubação) a série Dormir, Sonhar e Lembrar. Chegou o momento de falar um pouco sobre o Lembrar. O objetivo desse texto é definir o que é memória e começar a falar sobre o papel do sono sobre a memória. Não vou falar aqui sobre os mecanismos moleculares ou celulares da memória.<br />
<div>O que chamamos de memória, ou a habilidade para recordar coisas, pessoas, movimentos, lugares, número de telefone, data de nascimento, enfim essa capacidade de lembrar é um processo composto por três etapas diferentes: o aprendizado, a consolidação e a evocação.</div><div>O <i>aprendizado</i> pode ser definido por alguns neurocientistas como um processo neural através do qual uma experiência modifica um comportamento. Para o interesse <b>desse</b> texto é importante ter em mente que o aprendizado é uma experiência que pode ocasionar mudanças neuronais. A <i>consolidação</i> pode ser entendida como os processos neuronais (mudanças moleculares ou celulares nos neurônios) que ocorrem após o <i>aprendizado</i>. A <i>evocação</i> é o momento em que lembramos do que aprendemos, ou quando evocamos (sic) alguma memória, o que pode ser uma sequência de passos em uma dança, ou apenas o nome de uma pessoa.</div><div>É interessante notar que a evocação depende das mudanças neuronais ocorridas durante os processos de aprendizado e consolidação, algo como, quanto melhor o aprendizado, melhor a consolidação, e melhor a evocação.</div><div><br />
</div><div>Mas e aquela história de que temos vários tipos de memória? </div><div>Sim, existe uma classificação para diferentes tipos de memória, a maioria dessas classificações tem o objetivo de facilitar o estudo. Então para facilitar o estudo da memória há sim sistemas de classificação, um sistema que é de acordo com a natureza da memória (o qual explicarei com mais detalhes) e outro que leva em consideração o tempo de duração da memória (que não receberá atenção por aqui - <span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc;">arbitrariedade minha</span>).</div><div><br />
</div><div>Primeiro vou introduzir a figura de uma revisão do professor <a href="http://www.nature.com/nature/journal/v437/n7063/full/nature04286.html">Robert Stickgold </a> - <i>Sleep-Dependent Memory Consolidation.</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihDUV39-OfOcg27YrFXv8F7sgct9l4AijUWEzFqwqUFt2tlvKxXAnNV5ZqCuXQJhwz6sk7aMANKI8zXSrpihMT_jFrJBwaaq7cptkAHc8mNsTIKJo1xRHJGdEogTnpwKcSHd0dCrZP0XY/s1600/Memoria+classifi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihDUV39-OfOcg27YrFXv8F7sgct9l4AijUWEzFqwqUFt2tlvKxXAnNV5ZqCuXQJhwz6sk7aMANKI8zXSrpihMT_jFrJBwaaq7cptkAHc8mNsTIKJo1xRHJGdEogTnpwKcSHd0dCrZP0XY/s320/Memoria+classifi.jpg" width="320" /></a></div><div>Como é possível notar na figura acima, existem dois grandes "grupos" de memória. <b>Memórias declarativas </b>e <b>Memórias não declarativas</b>. A diferença básica entre as duas é que as declarativas são aquelas que podemos declarar que existem, como uma história ou o nome do seu carro. As memórias não-declarativas são aquelas normalmente utilizadas sem a consciência de que estão sendo utilizadas. Ficou confuso, eu sei, mas darei um exemplo que poderá ajudar. Quando caminhamos, não precisamos ter consciência de qual grupo muscular estamos movendo, o mesmo vale para quando andamos de bicicleta. Como vocês podem perceber, cada grande grupo pode ser sub-dividido em grupos menores, porém, para evitar a fadiga, falaremos destes outros grupos em outra oportunidade. O importante aqui é saber que memórias declarativas e memórias não-declarativas possuem diferentes sistemas de consolidação. O que quer dizer que utilizam diferentes estruturas neurais para serem arquivadas. Por que isso é importante? Entenderemos até o final da série! (suspense para manter o leitor, estilo Dan Brow).</div><div><br />
</div><div>E o que o sono tem a ver com tudo isso?</div><div>Além da importância do sono para a manutenção do alerta, e da capacidade de concentração, o sono exerce um papel fundamental na consolidação da memória. </div><div>Para entender um pouco melhor como isso acontece, é necessário entender como são feitos os estudos que avaliam a participação do sono nos processos mnemônicos. </div><div>Mas como avaliar isso? Como saber se o sono tem ou não participação na consolidação da memória?</div><div>Uma forma de descobrir isso é comparando o desempenho de pessoas que aprendem uma tarefa e depois do aprendizado vão dormir, com pessoas que ficam acordadas durante esse período. Veja no esquema abaixo que o treino pode ser seguido por um momento de sono, um momento de vigília e ainda um momento de privação de sono. A diferença entre a vigília e a privação de sono é que para ser privado de sono o sujeito deverá ser mantido acordado durante o período no qual deveria estar dormindo, ou seja, durante a noite. O que acontece nesse caso é que os estudos deixam de avaliar o papel do sono e passam a avaliar o que acontece com a memória quando o sujeito é privado de sono.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKS4XtZKg3c0X8qVVuOybPvgN4egkBKamVo0q7Mhyphenhyphen416_LktWK7V7GDTIg-FCsARGOyFy36dqn__fh3Pi5LpB8oz0SxRq73nx0FZauSDiMH4bPUejcFRvLhJ2IMTnOq_rxyvWrTuL25jQ/s1600/Procedimento.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKS4XtZKg3c0X8qVVuOybPvgN4egkBKamVo0q7Mhyphenhyphen416_LktWK7V7GDTIg-FCsARGOyFy36dqn__fh3Pi5LpB8oz0SxRq73nx0FZauSDiMH4bPUejcFRvLhJ2IMTnOq_rxyvWrTuL25jQ/s320/Procedimento.jpg" width="320" /></a></div><div><br />
</div><div> Utilizando protocolos experimentais bastante semelhante a esse que exemplificado acima existe um grande número de estudos apontando para a participação do sono na memória. Com esse protocolo o que a maioria dos estudos conseguem concluir é: os sujeitos que dormiram apresentam melhor desempenho para o teste <i>tal</i>. Essa informação por si só já é bastante interessante, porém, ainda não resolve a grande pergunta "qual o papel do sono na memória?". Sabemos que quem dorme apresenta melhor desempenho, mas será que apresenta melhor desempenho porque estava em melhores condições quando evocou a memória? Ou será que durante o sono acontece algo que ajuda a consolidação da memória?</div><div><br />
</div><div>Para tentar responder essas duas últimas perguntas um grupo de cientistas alemães modificou um pouco o protocolo "padrão" e adicionou uma pista de cheiro durante o treino e durante o sono. O próximo passo é falar do artigo original "<i><a href="http://www.sciencemag.org/content/315/5817/1426.abstract">Odor Cues During Slow-Wave sleep Prompt Declarative Memory Consolidation</a>". </i></div><div><br />
</div><div>Mas esse será o assunto do próximo post.</div><div><br />
</div><div>"Duas postagens em menos de 24h! Sim, sigo andando em frente."</div><div><br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3094298805230451958.post-55828655876605288902011-05-29T20:37:00.000-03:002011-05-30T16:38:10.641-03:00Adendo - Ondas de um EEG<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Encerrei o último texto apresentando um pequeno resumo de como seria um EEG nos diferentes estados cerebrais, dormindo e acordado.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Para entender um pouco melhor do que estou falando faremos como <a href="http://mestredasresenhas.wordpress.com/2010/10/11/alem-da-lenda-jack-o-estripador/">Jack Estripador</a>, vamos por partes.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Para interpretarmos um sinal de EEG, falaremos em diferenças de frequência e amplitude de onda, mas o que é isso? (Vamos lembrar um pouco do que estudamos no ensino fundamental e médio)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Frequência de onda é o número que um evento ocorre, ou o número de ciclos de um evento, em um determinado tempo. Observem a figura abaixo e notem que a linha vermelha (no caso o evento) sobe e desce cerca de 5 vezes. Se esse evento se repetir 5 vezes em um segundo podemos considerar que é uma onda de 5 <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hertz">Hertz</a>.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Wave_frequency.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="160" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Wave_frequency.gif" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Já a amplitude de uma onda representa a magnitude de variação de uma oscilação, em termos mais simples, representa a "altura" de uma onda. Observem em destaque na figura abaixo. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtdCNz1vw0M96viZk7YHq8XjEMC8Fe-RRRWmXuFkqp3IsacUSYEjWB-VPaXudfStMlaZmgghrYojycf4NZEAqttx9tq5G5xPWO4NRsqDfMljv7_BOz72Q-dg4GwnyIBNF7ADPGOHKohQ/s1600/Sine_wave_amplitude.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZtdCNz1vw0M96viZk7YHq8XjEMC8Fe-RRRWmXuFkqp3IsacUSYEjWB-VPaXudfStMlaZmgghrYojycf4NZEAqttx9tq5G5xPWO4NRsqDfMljv7_BOz72Q-dg4GwnyIBNF7ADPGOHKohQ/s320/Sine_wave_amplitude.jpg" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;">Devo destacar que estes não são os <i>únicos</i> componentes de uma onda, no entanto, como o propósito aqui é apenas ajudar as pessoas a entenderem um pouco melhor o que são as ondas observadas em um traçado de EEG. Um traçado típico de um humano adulto apresentará ondas com voltagens entre 10 </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 15px;">µV e 100</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 15px;">µV (</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 15px;">µV = micro Volt).</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">E para que serve toda essa história sobre amplitude e frequência?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Essas duas variáveis nos ajudam a identificar e diferencias as principais ondas observadas em um traçado de EEG. Essas ondas são identificadas pelo alfabeto grego (alfa, beta, gama, teta e delta).</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Ondas Delta: frequência de até 4Hz e alta amplitude. São características do sono de ondas lentas fases 3 e 4 e podem ser observadas em regiões frontais em adultos e posteriores em crianças.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/54/Eeg_delta.svg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="64" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/54/Eeg_delta.svg" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Ondas Teta: também são ondas de baixa frequência (entre 4 - e 8Hz). São características dos estágios 1 e 2 de sono não REM.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Eeg_theta.svg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="64" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Eeg_theta.svg" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Ondas Alfa: apresentam frequência entre 8 e 13Hz. Vale a pena notar que existem ondas alfa de alta e baixa amplitude.Podem ser observadas em regiões posteriores da cabeça. Para o estagiamento de EEG durante a polissonografia, é importante notar que trechos contendo mais de 50% de ondas alfa devem ser compreendidos como vigília.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ee/Eeg_alpha.svg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="64" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ee/Eeg_alpha.svg" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Ondas Beta: apresentam frequência maior que 13 - 30Hz. Podem ser observadas em ambos os lados da cabeça, e são mais evidentes em regiões frontais. São associadas ao estado de vigília. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eeg_beta.svg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="64" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/28/Eeg_beta.svg" width="320" /></span></a></div><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 20px;">Ondas Gama: ondas de alta frequência, 30-100+Hz. Relacionadas ao córtex somatossensorial. Estudos sugerem associação entre memória de trabalho e ondas gama. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Eeg_gamma.svg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><img border="0" height="64" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Eeg_gamma.svg" width="320" /></span></a></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Apresentei aqui apenas uma visão geral das principais ondas presentes em um traço de EEG em momentos de vigília e sono. Durante as diferentes fases de sono ocorrem outros eventos que caracterizam cada fase, mas já falei um pouco disso em outro post e voltarei a falar disso futuramente.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">"Sigo caminhando, lentamente, mas sempre avançando".</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><br />
</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/03318754538283332385noreply@blogger.com2